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Como o medo de errar está afetando a sua carreira? 

Em sua coluna semanal, Sofia Esteves, presidente do conselho da Cia. de Talentos, fala sobre como driblar o medo e sair da sua zona de conforto

Medo: afinal, o que há por trás dos “erros”? (foto/Thinkstock)

Medo: afinal, o que há por trás dos “erros”? (foto/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 12h00.

Última atualização em 15 de outubro de 2019 às 18h32.

Você já reparou como temos medo de cair em público? Ainda que muitos pareçam rir de si mesmos nessa situação, por dentro, a grande maioria se sente em total desconforto.

Há algumas semanas venho falando sobre como criamos uma sociedade onde errar se tornou inadmissível e o quanto isso está atrapalhando a inovação, economia, carreiras e nossa vida pessoal.

Mas, afinal, o que há por trás dos “erros”? Culpa. Acreditamos que as falhas merecem punição. Além disso, há, principalmente, a vergonha. “A vergonha é a maior e mais poderosa das emoções. É o medo de não sermos bons o suficiente”, revela Brené Brown, professora e pesquisadora na Universidade de Houston, há 16 anos, onde estuda a coragem, a vulnerabilidade, a vergonha e a empatia.

Na era do ágil e da vontade acelerada de crescer e prosperar, esquecemos uma inegável condição: somos humanos. Ou seja, sim, erramos e precisamos urgentemente rever a forma como lidamos com isso.

Como o medo de errar está afetando a sua carreira?

Você se acostumou a um emprego estável, onde não concorda com as diretrizes da empresa e falar mal do chefe ou colegas de trabalho se transformou em um hábito? Prazer, essa é a zona de conforto. Um lugar “seguro” onde você acredita conhecer e que não te provoca nenhuma necessidade de mudança. Um conforto bem desconfortável, não é mesmo?

Será que estamos aqui para viver uma vida previsível e sem novidades? Não adianta culpar a empresa, seus gestores, a economia ou nem mesmo a política. Claro, cada parte tem sua responsabilidade, mas a mudança genuína está completamente ligada à sua postura diante aos desafios.

De acordo com a pesquisadora, seus estudos encontraram na vergonha um grande medo das pessoas de serem felizes sendo elas mesmas, de viverem em estado de vulnerabilidade.

Para mim, esse dado revela como temos pavor de julgamentos, de responsabilidades, de assumir as próprias decisões e de sustentá-las. Dessa forma, preferimos deixar que o “normal” e o “padrão” da sociedade dite nossas escolhas e, então, tudo bem reclamar, afinal é culpa do sistema, não é mesmo?

Maturidade emocional: esse é o meu convite de hoje para você. A coragem não é ausência do medo, é ir com medo mesmo. E é por isso que a capacidade de assumir riscos é fundamental para quem busca se desenvolver profissionalmente.

Compreenda, para driblar o medo de brilhar, é necessário aprender a lidar com pressão, com responsabilidades, com críticas, com pessoas te desestimulando – afinal, nada mais incômodo para pessoas preguiçosas do que alguém que teve a coragem de inovar.

Mude o foco. Se envolva com pessoas inspiradoras, renove seu network, busque histórias e conteúdos criativos e disruptivos. Não perca tempo com pessoas pessimistas e cheias de nãos. Se atualize, estude sempre, crie novos projetos na sua empresa, arrisque-se, permita-se errar; pois é errando que se aprende novos caminhos. Tenha compaixão com suas “falhas”, fortaleça suas habilidade e comece tudo de novo.

O mercado (e o mundo) precisam de sonhos, de soluções, de pessoas criativas. Sua coragem é fundamental para construir novas realidades. Mas não se esqueça, esses fundamentos não valem apenas para você.

Enquanto profissional, independente do cargo que ocupe, você também precisa apostar na inovação e na coragem dos seus parceiros de trabalho e nas suas relações interpessoais.

Precisamos urgentemente criar uma cultura que permita a coragem de errar, assumindo os erros como oportunidades de encontrar novos caminhos. Só assim poderemos contar com a criatividade, uma das principais características dos profissionais do futuro.

Boa jornada!

“Assumir a nossa história pode ser difícil, mas não tão difícil como passarmos nossas vidas fugindo dela. Abraçar nossa vulnerabilidade é arriscado, mas não tão perigoso quanto desistir do amor, do pertencimento e da alegria.”

Brené Brown
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