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Como Elon Musk aprende mais rápido e melhor do que os outros?

Elon Musk quebra uma regra da "sabedoria comum", segundo Michael Simmons, empreendedor que já escreveu para a Time, Forbes e Harvard Business Review

 (Bill Pugliano/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2017 às 12h00.

Última atualização em 26 de maio de 2017 às 13h51.

São Paulo - Elon Musk é um dos nomes mais famosos do Vale do Silício.

Há cerca de dez anos, com o dinheiro que ganhou vendendo sua parte no PayPal, que ele ajudou a fundar, investiu praticamente tudo que tinha em duas startups, a SpaceX, que produz foguetes, e a Tesla, que fabrica carros elétricos, baterias e paineis solares.

Ambas tiveram ótimos resultados no último ano. A SpaceX conseguiu reutilizar foguetes pela primeira vez na história, atraindo mais clientes e investidores, e a Tesla se tornou a fabricante de carros mais valiosa dos EUA, ultrapassando a General Motors. (E ainda há outras ideias bastante diferentes tomando forma.)

Como consequência de tanto sucesso, os métodos que Musk emprega para tocar seus negócios estão sendo minuciosamente avaliados por quem quer pensar como ele. Uma dessas pessoas é Michael Simmons, empreendedor que já escreveu para as revistas Time, Forbes e Harvard Business Review.

Em uma postagem recente no Medium, Simmons dissecou o método de Musk para aprender novos conhecimentos.

“A sabedoria comum diz que, para nos tornarmos experts, devemos focar num só campo. Musk quebra essa regra”, começou.

“Chamo pessoas como Musk de ‘generalistas experts’, que estudam amplamente muitos campos diferentes, entendem os princípios profundos que conectam esses campos e então aplicam os princípios em sua especialidade.”

E como isso se desenrola na mente de um físico que estudou na Wharton School, a escola de negócios da University of Pennsylvania, abandonou a pós-graduação na Stanford University e hoje tem uma fortuna avaliada em US$ 15 bilhões?

Como Elon Musk aprende

Ele estuda campos diferentes na prática

“Aprender sobre múltiplos campos oferece uma vantagem informativa – e portanto uma vantagem de inovação – porque a maioria das pessoas foca em um campo só”, diz Simmons. “Apesar desse insight básico, poucas pessoas de fato aprendem além de sua própria indústria.”

Se Musk fizesse como a maioria das pessoas na indústria de tecnologia, lendo as mesmas publicações, não teria tido os mesmos insights e visto como conectar outros conhecimentos para avançar e criar coisas novas.

“Cada novo campo que aprendemos e não é familiar para os outros na nossa área nos dá a habilidade de fazer combinações que eles não conseguem. Essa é a vantagem do generalista expert.”

Ele sabe como “transferir conhecimentos” de um campo para outro

Simmons destaca que Musk é um leitor voraz. De biografias à ficção científica, história e física, ele tem uma carga de leitura cerca de 60 vezes maior que a média.

Sua inteligência, no entanto, não é baseada apenas na obtenção desses conhecimentos, mas em sua transferência e aplicação.

O que isso quer dizer na prática? “Significa pegar o que aprendemos em um contexto e aplicar em outro”, explica o autor, que vê o processo acontecer em dois passos.

1º passo: Musk desconstrói o conhecimento aos seus princípios fundamentais

Em uma entrevista no Reddit, o bilionário disse que é importante “ver conhecimento como uma espécie de árvore semântica: garanta que você entende os princípios fundamentais, como o tronco e os grandes galhos, antes de partir para as folhas e os detalhes – caso contrário, não vai ter nada para segurá-las”.

Na prática, escreve Simmons, isso significa aprender diversas abordagens de um novo assunto para conseguir enxergar o que têm em comum (ou seja, seus princípios) e assim compará-las e contrastá-las adequadamente.

2º passo: Musk reconstrói os princípios fundamentais da nova área para aplicá-los em outra

“Ele reconstrói o que aprendeu sobre inteligência artificial, tecnologia, física e engenharia em campos separados”, diz Simmons. Aplica o que aprendeu sobre aviação na SpaceX, por exemplo, ou em inteligência artificial para criar carros autônomos.

“Keith Holyak, professor de psicologia da UCLA, recomenda que as pessoas se perguntem as seguintes questões para afinar suas habilidades: ‘Isso me lembra o que?’ e ‘Por que me lembra disso?’”, aconselha Simmons.

Ao constantemente olhar ao seu redor e fazer tais indagações, você fortalece as áreas do seu cérebro que lhe ajudam a fazer essas conexões e criar contribuições únicas, cada vez mais rápido.

“Elon Musk é um tipo único, mas suas habilidades não são mágicas”, conclui Simmons.

  • Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar
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