(Chip Somodevilla/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2018 às 15h00.
Última atualização em 16 de março de 2018 às 18h09.
Por anos, Bill Gates, fundador da Microsoft, indicou The Better Angels of Our Nature (em português, “Os anjos bons da nossa natureza”), de Steven Pinker, como seu livro preferido. Ele costumava dizer que se pudesse recomendar apenas um leitura para qualquer pessoa, seria esta.
Em The Better Angels, Pinker mostra resultados de pesquisas detalhadas para argumentar que a humanidade vive a época mais pacífica. “Eu nunca tinha visto uma explicação tão clara sobre o progresso”, declara Gates.
Porém, em 2018, o magnata anunciou em seu site pessoal, Gates Notes, que o seu novo livro favorito “de toda a vida”, mudou. Enlightenment Now (ainda sem tradução), também de Steven Pinker, utiliza a mesma abordagem com a qual a violência foi investigada no primeiro livro.
No entanto, no mais novo, o autor trata de outros 15 medidores de progresso. Entre eles, qualidade de vida, conhecimento e segurança. “O resultado é uma imagem holística de como e porque o mundo está melhorando”, diz Gates.
Para ilustrar sua premissa de que o mundo está em sua melhor fase, Pinker descreve acontecimentos históricos e os contextualiza com dados. Gates listou 5 dos seus fatos preferidos que o livro traz:
Além dos indicadores usuais de evolução – como redução nas taxas de morte infantil e de pobreza, em geral – Gates aprecia que Pinker traz à tona tópicos mais ignorados.
A explicação psicológica da desconexão entre o progresso real e a percepção que as pessoas têm dele também impressiona Gates. Isso porque ele sempre tentou entender a questão:
“Pessoas de todo o mundo vivem vidas mais longas, saudáveis e mais felizes, então por que muitos pensam que as coisas estão piorando?”
Segundo o magnata, o autor, que é psicólogo, faz um bom trabalho esclarecendo o assunto. Pinker detalha como a humanidade é mais atraída para o pessimismo e como isso influencia na abordagem do progresso.
Apesar de Gates concordar com a maioria dos argumentos de Pinker, ele critica o otimismo do autor em relação à inteligência artificial. Embora ele próprio “não pense que estamos em perigo de viver um cenário estilo O Exterminador do Futuro”, considera que, em algum momento, o assunto deverá ser discutido pelas instituições globais.
“Os grandes problemas acerca da automação são a prova de que o progresso pode ser uma coisa bagunçada e difícil – mas isso não significa que estamos indo na direção errada”, diz o magnata.