Carreira

Apenas 6% de CEOs são mulheres no mundo, aponta pesquisa da Deloitte

A 8ª edição da “Women in the Boardroom” mostra que há avanços do gênero feminino em cargos de CEO e no Conselho, mas neste ritmo a expectativa para equidade de gênero deve ser atingida apenas em 2038

Mulheres ocupam 23,3% dos assentos em conselhos de administração em todo o mundo. No Brasil, a representação é de 15,9% (PixelPop/Getty Images)

Mulheres ocupam 23,3% dos assentos em conselhos de administração em todo o mundo. No Brasil, a representação é de 15,9% (PixelPop/Getty Images)

Publicado em 9 de abril de 2024 às 10h15.

Última atualização em 9 de abril de 2024 às 11h30.

Apenas 6% de CEOs são mulheres no mundo todo, segundo a 8ª edição "Women in the Boardroom", pesquisa realizada pela Deloitte, empresa global de consultoria e auditoria. Apesar de ainda ser uma porcentagem baixa, em 2023 houve um aumento de 1% em relação ao ano anterior. “Vemos todo aumento da presença feminina na liderança como um resultado positivo, afinal, estamos avançando”, afirma Aline Vieira, sócia-líder do Delas, iniciativa de Diversidade de Gênero da Deloitte Brasil.

O estudo também mostra o avanço quando o recorte é Brasil - a representação de mulheres em cargos de CEO aumentou de 0,8% para 2,4% em 2023.

A Deloitte ouviu 18.805 empresas de 50 países. Os dados foram finalizados em 17 de março de 2023 e publicado neste mês, trazendo comparativo dos percentuais dos anos de 2018, 2021 e 2023.

Mulheres no Conselho

A pesquisa também mostra um aumento percentual ocupado por mulheres nos conselhos no mundo e no Brasil. Mulheres ocupam 23,3% dos assentos em conselhos de administração em todo o mundo – ainda que pequeno, o número representa um aumento de 3,6% desde a última edição do relatório publicada em 2022.

O Brasil, por sua vez, também apresenta um aumento no percentual de lugares ocupados por mulheres nos conselhos, passando de 8,6% em 2018 para 15,9% em 2023.

“Apesar dos avanços, neste ritmo, o levantamento indica que a equidade de gênero pode não será atingida antes de 2038”, afirma a executiva da Deloitte.

Quando o recorte é o número de mulheres como presidente de conselhos, esse ainda segue muito baixo. “Apenas 8,4% dos conselhos mundiais são presididos por mulheres e quando o recorte é Brasil, o número cai para 4,7% em 2023”, diz Vieira.

Para a executiva, o que justifica ainda esse número baixo de mulheres como CEOs e Conselheiras, é a história da mulher no mercado. “Você tem historicamente uma baixa participação de mulheres em cargos de liderança, logo existe uma dificuldade de mulheres alcançarem e se manterem nesses cargos”.

Por ser um cargo sênior, a média de idade de conselheiros, segundo o estudo, é acima dos 50 anos: média de 54 anos para as mulheres membros dos conselhos; enquanto para os homens a média é de 58 anos. Quando se trata da presidência dos conselhos, a idade média das mulheres sobe para 64 anos (ante 61 dos homens).

Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal EXAME Empreenda

Quando elas chegam, elas ficam menos tempo

O prazo médio para que as mulheres fiquem como membros do conselho também aumentou, segundo o estudo, mas ainda é menor quando comparado com os homens globalmente.

“As mulheres ficam em média 4 anos como membro de conselhos, já os homens ficam 6 anos”, diz Vieira.

O olhar europeu sobre elas no conselho

A cultura de ter mais mulheres na liderança parece que faz mais sentido em países europeus. Segundo Vieira, 5 dos 6 principais países com a maior porcentagem de mulheres atuando em conselhos, de acordo com o estudo, possuem algum tipo de legislação de cotas, variando cerca de 33% (Bélgica e Holanda) a 40% (França, Noruega e Itália).

“A pesquisa até traz que algum desses países têm ação governamental, por exemplo, como cotas para as mulheres”, afirma Vieira.

Em quais setores estão as mulheres conselheiras?

Quando analisada a participação feminina em conselhos por setor, os cinco setores da economia que têm, no Brasil, mais mulheres nos conselhos são:

Como melhorar esse cenário no Brasil?

Empresas estão adotando estratégias de diversidade e inclusão, que segundo Vieira, costumam ter um foco em equidade de gênero em cargos de liderança, o que consequentemente irão gerar futuras CEOs e conselheiros.

“Quando comparamos o Brasil com os países europeus, estamos realmente abaixo, mas acredito que estamos no caminho certo, estamos vendo melhora no resultado e o Brasil tem muitas iniciativas, o setor privado, por exemplo, está cada vez mais engajado com o tema diversidade e inclusão”, diz Vieira. “Mas sabemos que ainda existe um longo caminho a percorrer e temos que continuar a focar em iniciativas e ações para aumentar a diversidade de gênero nos conselhos de administração e o número de mulheres na liderança”.

Clique aqui para inscrever sua empresa no ranking EXAME Negócios em Expansão 2024

Acompanhe tudo sobre:CEOsLiderançaMulheres executivasMulheresConselhos de administraçãoDiversidade

Mais de Carreira

Como usar a técnica que transformou a cultura da Microsoft para impulsionar sua carreira

10 dicas para se destacar em um ambiente de trabalho competitivo

Como responder 'Como você lida com mudanças?' na entrevista de emprego

Por que a cultura da empresa é a chave para atrair e reter talentos?