Carreira

8 passos para transformar uma demissão em boa notícia

Confira o plano de ação para colocar em prática ao sair da empresa e aumentar chances de encontrar uma oportunidade profissional adequada aos seus objetivos


	Mural com oportunidades profissionais: antes de aceitar uma proposta analise se está de acordo com o que você quer para sua carreira
 (Getty Images)

Mural com oportunidades profissionais: antes de aceitar uma proposta analise se está de acordo com o que você quer para sua carreira (Getty Images)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 24 de abril de 2014 às 14h34.

São Paulo - Quem já passou por isso sabe que aspecto psicológico é o que mais pesa para o profissional que é demitido.

“A pessoa acha que vai ser esquecida, perde a sua rotina e, muitas vezes, não sabe nem por onde começar a procurar outro trabalho”, diz Carlos Felicíssimo Ferreira, diretor da 4hunter.

Se o processo de demissão foi obscuro ou envolto em conflitos profissionais, esta fase de desesperança tende a ser mais longa, segundo Ferreira.

No entanto, se não dá para mudar a atitude do (ex) chefe ou do porta-voz do fim do contrato de trabalho, é possível controlar a sua reação e os próximos passos a partir deste momento.

São eles que serão cruciais para que a demissão se transforme em uma boa notícia para sua carreira e que a frase "foi a melhor coisa que poderia ter acontecido" vire rotina em seu discurso. 

Afinal, nada melhor do que responder à situação com um novo emprego mais adequado aos seus objetivos de carreira. Confira, então, o plano de ação sugerido por especialistas para dar esta virada na sua vida profissional.

1º passo Reflita

“De cabeça quente, ninguém toma uma decisão razoável”, diz o diretor da 4hunter. Por isso, use estes primeiros dias após a notícia para refletir sobre o que levou a situação a este ponto. Não aja ainda, reflita.

Em alguns casos, uma demissão pode sinalizar que você não estava no caminho certo de carreira. “Toda mudança tem riscos, mas traz também desenvolvimento e crescimento”, diz Felipe Brunieri, headhunter da Talenses.

Ele recomenda que o profissional estruture mentalmente o que aconteceu e liste quais aspectos que precisam ser desenvolvidos.“Em processos seletivos, isso será perguntado é melhor que o profissional saiba explicar o que ocorreu”, diz Brunieri.

2º passo Use o tempo a seu favor

A reflexão pode indicar alguns pontos que devem ser desenvolvidos. É certo que, estando empregado, o tempo era mais curto.

Por isso, que tal usar o relógio a seu favor e buscar o aprimoramento profissional que julgar adequado? Se a situação financeira (ainda) for confortável, invista em você.

Mas cuidado, não saia se inscrevendo em qualquer curso que encontrar. Seja estratégico. “Inscrever-se em 10 cursos para falar que não está desatualizado, em minha opinião, é placebo”, diz Ferreira.

Melhor, diz ele, é fazer opções por locais com potencial para expandir a rede de contatos. “Para nem levar caderno, só cartão de visita”, brinca o especialista.

Tenha agenda livre para as eventuais entrevistas que surgirem e também para poder se dedicar a pesquisar empresas para as quais gostaria de trabalhar.

3º passo Faça networking

Da sua rede de contatos é que podem surgir boas oportunidades profissionais. Retome relacionamentos e deixe o mercado a par da sua disponibilidade.

“A parte boa de estar desempregado é que as pessoas vão saber disso e algumas estarão dispostas a ajudar, o que facilita o acesso a oportunidades que não apareceriam caso ele ainda estivesse empregado”, diz Brunieri. Aposte no networking.

4º passo Atualize seu currículo

Atualize as informações do seu currículo. Objetivo, conciso e sólido em conteúdo. É assim que deve ser o documento que vai abrir as portas para as entrevistas de emprego.

Em linhas gerais ele deve conter seus dados, sua formação, empresas pelas quais passou, cargos e projetos. “Não é escrever 7 páginas”, diz Ferreira.  Dependendo do momento de carreira, é possível optar por diferentes modelos de currículo.

5º passo Analise o mercado

Antes de começar a enviar o currículo, faça uma análise do funcionamento do seu mercado. As contratações ocorrem por meio de indicação? Existem consultorias de recrutamento que atuam na sua área?

“Cuidado para não tratar o seu currículo como lixo. Não adianta mandá-lo para 700 pessoas aleatoriamente e depois não entender porque nada acontece”, diz Ferreira.


6º passo Pergunte antes de enviar o currículo

Escolha algumas pessoas mais próximas e pergunte se pode enviar o seu currículo para elas. Podem ser pessoas com as quais já trabalhou ou mesmo clientes com quem você tem um bom relacionamento, segundo Ferreira. 

7º passo Entre em contato com headhunters e consultorias

Se existem consultorias focadas na sua área de atuação, cadastre seu currículo, mas tente ir além. Verifique se há alguma oportunidade profissional em que o seu perfil se encaixe e mande uma mensagem para o headhunter para saber qual o caminho sugerido para se candidatar à vaga.

Mas Brunieri faz um alerta: " não se inscreva para toda e qualquer oportunidade anunciada". Segundo ele, quem faz isso dá claros sinais de desespero e as chances de não ser levado a sério pelos recrutadores são grandes.

8º passo  Tome cuidado com a ansiedade 

O risco maior para quem está desempregado é aceitar a primeira oportunidade profissional que aparece, só para deixar no passado o desemprego. “O problema de quem quer se recolocar rápido demais é fazer um movimento errado”, diz Brunieri.

Por isso antes de aceitar uma proposta, analise o escopo de trabalho, colete informações de pessoas que trabalharam na empresa e embase sua decisão nestes e em outros aspectos que julgar importantes, como salário e qualidade de vida.

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