6 atitudes que matam a criatividade
Ficar preso à rotina, sem buscar novas referências, é o que mais aniquila o seu potencial criativo, segundo os especialistas consultados por EXAME.com
Camila Pati
Publicado em 25 de março de 2013 às 14h32.
São Paulo - Em um mercado em que a competitivida de é palavra de ordem, a criatividade desponta como diferencial de peso para quem quer subir alguns degraus na carreira .
E, se muitos mitos ainda rondam o tema é certo também que há atitudes que neutralizam ou até mesmo aniquilam qualquer capacidade criativa no ambiente de trabalho. Veja quais são elas, na opinião de dois especialistas consultados:
1Ficar preso à rotina
“É muito difícil ter uma vida totalmente igual e gerar ideias ao mesmo tempo”, diz Conrado Schlochauer, sócio-diretor do LAB SSJ, consultoria de educação corporativa. Buscar novas referências, conhecer pessoas novas, visitar lugares diferentes estimulam a criatividade, daí o problema de ficar preso ao hábito.
“A rotina é importante para adquirir a excelência, um jogador de basquete precisa treinar várias vezes até aprender uma jogada, mas, se ele faz sempre os mesmos lances, vai ficar previsível”, explica Silvio Celestino, da Alliance Coaching.Uma pessoa que faz da sua rotina o seu modo de vida torna-se anacrônica, na opinião de Celestino. “É alguém que vive no passado”, diz.
A busca de referências é a regra de ouro para os criativos. “Falar para abrir a cabeça pode parecer clichês, mas funciona”, diz Schlochauer.
2Ter medo de errar
Se a educação escolar sempre reforçou a ideia de que existe apenas uma resposta certa, basta deixar os bancos da sala de aula para perceber que não existe verdade absoluta. “A vida não é assim. Não existe um único caminho correto”, lembra Schlochauer.
O medo de errar, diz ele, é péssimo na medida em que faz você convergir para uma solução rápida demais. “Sem dedicar tempo para buscar alternativas”, explica o sócio-diretor do LAB SSJ.
Geralmente esse pavor do erro acomete os mais perfeccionistas, diz Celestino. “São aqueles profissionais que já querem fazer certo logo da primeira vez, e, por isso, só fazem aquilo do qual têm certeza”, diz.
O risco é fazer pouco, não sair do protocolo. “É um medo paralisante e uma limitação enorme para a criatividade”, explica Celestino.
3Sofrer da “síndrome do apego à primeira ideia”
Você se propõe a pensar em novas ideias e trazer um pouco de inovação para o expediente. Mas, assim que aparece a primeira, você para e já começa a traçar um plano de implementação. Para Schlochauer, isto é um erro. “Para ter boas ideias é preciso listar muitas ideias”, diz.
Ele se apoia também em uma das premissas do método do brainstorming, inventado pelo publicitário Alex Osborn, no fim da década de 1940. “Uma das regras oficiais é que a quantidade de ideias é mais importante do que a qualidade”, diz o especialista.
Celestino vai além. Para ele, além do apego à primeira ideia, ficar restrito ao primeiro conhecimento adquirido sobre determinado assunto também prejudica a capacidade criativa. “É preciso saber que há linhas pensamento e o ideal é conhecer o máximo possível destas linhas para só então decidir qual é mais adequada para aquele momento”, diz. De acordo com ele, é frequente a estagnação na primeira ideia ou no primeiro conhecimento. “As pessoas acreditam que aquilo é a única verdade”, diz.
4Manter o foco na realização
A demanda surge você executa, novas tarefas aparecem e você realiza. “É o ‘fazedor’, aquele que pega a tarefa do jeito que ela vem e já começa a estruturar, sem pensar em alternativa”, descreve Schlochauer.
Isso acontece porque muitas vezes as pessoas não acham que criatividade tenha a ver com elas, ou por não serem criativas ou porque não estão alocadas na área de criação de uma empresa. “Isso é um erro. Criatividade tem relação direta com a capacidade de resolver problemas, ou seja, buscar alternativas para solucionar questões”, explica.
“O risco de manter o pensamento focado na execução é que você só responde à pergunta 'o que fazer'. E não sabe qual o propósito daquilo”, diz Celestino.
5Ficar à espera da ideia genial
Ao decidir apostar na sua capacidade criativa, o pior que você pode fazer é censurar ideias só porque você não as considera geniais. “É mais importante ter boas e constantes ideias do que ficar esperando pela ideia de gênio”, diz Schlochauer.
A viabilidade prática de uma ideia é, muitas vezes, o quesito mais importante do processo criativo. “É importante pensar em qual a melhor ideia possível em um prazo determinado”, diz Celestino.
Para ele, ser criativo dentro de uma empresa é ser criativo dentro das limitações existentes. “Se a ideia genial não será implementada dentro do prazo, parta para a segunda melhor ideia e, se não der, aposte na terceira melhor ideia”, recomenda Celestino.
6Nunca ter tempo
A correria do dia a dia pode ser uma das maiores inimigas da sua capacidade criativa. “A busca pela eficiência é fundamental, mas é também necessário deixar espaço para as boas ideias”, diz Schlochauer. O tempo de reflexão é precioso para quem quer ter boas ideias. “Essa coisa frenética não deixa espaço para criação”, explica.
“É preciso ser uma pessoa de ação, mas entre uma ação e outra precisa haver reflexão”, concorda Celestino. O problema do tempo enxuto para desenvolver projetos no trabalho é justamente esse: agir sem pensar. “Quando você não reflete, não acha soluções novas, isso acaba destruindo o potencial criativo”, diz Celestino.
São Paulo - Em um mercado em que a competitivida de é palavra de ordem, a criatividade desponta como diferencial de peso para quem quer subir alguns degraus na carreira .
E, se muitos mitos ainda rondam o tema é certo também que há atitudes que neutralizam ou até mesmo aniquilam qualquer capacidade criativa no ambiente de trabalho. Veja quais são elas, na opinião de dois especialistas consultados:
1Ficar preso à rotina
“É muito difícil ter uma vida totalmente igual e gerar ideias ao mesmo tempo”, diz Conrado Schlochauer, sócio-diretor do LAB SSJ, consultoria de educação corporativa. Buscar novas referências, conhecer pessoas novas, visitar lugares diferentes estimulam a criatividade, daí o problema de ficar preso ao hábito.
“A rotina é importante para adquirir a excelência, um jogador de basquete precisa treinar várias vezes até aprender uma jogada, mas, se ele faz sempre os mesmos lances, vai ficar previsível”, explica Silvio Celestino, da Alliance Coaching.Uma pessoa que faz da sua rotina o seu modo de vida torna-se anacrônica, na opinião de Celestino. “É alguém que vive no passado”, diz.
A busca de referências é a regra de ouro para os criativos. “Falar para abrir a cabeça pode parecer clichês, mas funciona”, diz Schlochauer.
2Ter medo de errar
Se a educação escolar sempre reforçou a ideia de que existe apenas uma resposta certa, basta deixar os bancos da sala de aula para perceber que não existe verdade absoluta. “A vida não é assim. Não existe um único caminho correto”, lembra Schlochauer.
O medo de errar, diz ele, é péssimo na medida em que faz você convergir para uma solução rápida demais. “Sem dedicar tempo para buscar alternativas”, explica o sócio-diretor do LAB SSJ.
Geralmente esse pavor do erro acomete os mais perfeccionistas, diz Celestino. “São aqueles profissionais que já querem fazer certo logo da primeira vez, e, por isso, só fazem aquilo do qual têm certeza”, diz.
O risco é fazer pouco, não sair do protocolo. “É um medo paralisante e uma limitação enorme para a criatividade”, explica Celestino.
3Sofrer da “síndrome do apego à primeira ideia”
Você se propõe a pensar em novas ideias e trazer um pouco de inovação para o expediente. Mas, assim que aparece a primeira, você para e já começa a traçar um plano de implementação. Para Schlochauer, isto é um erro. “Para ter boas ideias é preciso listar muitas ideias”, diz.
Ele se apoia também em uma das premissas do método do brainstorming, inventado pelo publicitário Alex Osborn, no fim da década de 1940. “Uma das regras oficiais é que a quantidade de ideias é mais importante do que a qualidade”, diz o especialista.
Celestino vai além. Para ele, além do apego à primeira ideia, ficar restrito ao primeiro conhecimento adquirido sobre determinado assunto também prejudica a capacidade criativa. “É preciso saber que há linhas pensamento e o ideal é conhecer o máximo possível destas linhas para só então decidir qual é mais adequada para aquele momento”, diz. De acordo com ele, é frequente a estagnação na primeira ideia ou no primeiro conhecimento. “As pessoas acreditam que aquilo é a única verdade”, diz.
4Manter o foco na realização
A demanda surge você executa, novas tarefas aparecem e você realiza. “É o ‘fazedor’, aquele que pega a tarefa do jeito que ela vem e já começa a estruturar, sem pensar em alternativa”, descreve Schlochauer.
Isso acontece porque muitas vezes as pessoas não acham que criatividade tenha a ver com elas, ou por não serem criativas ou porque não estão alocadas na área de criação de uma empresa. “Isso é um erro. Criatividade tem relação direta com a capacidade de resolver problemas, ou seja, buscar alternativas para solucionar questões”, explica.
“O risco de manter o pensamento focado na execução é que você só responde à pergunta 'o que fazer'. E não sabe qual o propósito daquilo”, diz Celestino.
5Ficar à espera da ideia genial
Ao decidir apostar na sua capacidade criativa, o pior que você pode fazer é censurar ideias só porque você não as considera geniais. “É mais importante ter boas e constantes ideias do que ficar esperando pela ideia de gênio”, diz Schlochauer.
A viabilidade prática de uma ideia é, muitas vezes, o quesito mais importante do processo criativo. “É importante pensar em qual a melhor ideia possível em um prazo determinado”, diz Celestino.
Para ele, ser criativo dentro de uma empresa é ser criativo dentro das limitações existentes. “Se a ideia genial não será implementada dentro do prazo, parta para a segunda melhor ideia e, se não der, aposte na terceira melhor ideia”, recomenda Celestino.
6Nunca ter tempo
A correria do dia a dia pode ser uma das maiores inimigas da sua capacidade criativa. “A busca pela eficiência é fundamental, mas é também necessário deixar espaço para as boas ideias”, diz Schlochauer. O tempo de reflexão é precioso para quem quer ter boas ideias. “Essa coisa frenética não deixa espaço para criação”, explica.
“É preciso ser uma pessoa de ação, mas entre uma ação e outra precisa haver reflexão”, concorda Celestino. O problema do tempo enxuto para desenvolver projetos no trabalho é justamente esse: agir sem pensar. “Quando você não reflete, não acha soluções novas, isso acaba destruindo o potencial criativo”, diz Celestino.