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5 tendências que os jovens encontram nas seleções de trainee

Uma certeza todos os candidatos podem ter: a disputa está mais acirrada neste ano

Jovens correndo: há menos vagas nesta temporada (Thinkstock/shironosov)

Jovens correndo: há menos vagas nesta temporada (Thinkstock/shironosov)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 11 de agosto de 2016 às 15h04.

São Paulo – O mês de agosto marca o início da temporada de seleções de trainee e há algumas tendências que se repetem na maneira como as empresas estão recrutando jovens.

Uma certeza todos os candidatos podem ter: a disputa está mais acirrada neste ano. Nas duas consultorias de recrutamento focadas neste segmento, Page Talent e Seja Trainee, a percepção é a mesma. Com a crise as empresas não deixaram de lado o lançamento de programas, mas muitas reduziram o número de vagas ofertadas e estão com ações de atração mais estratégicas.

Conseguir as pessoas certas para as suas necessidades e garantir contratos de trabalho mais duradouros são objetivos importantes para 2016. Público alvo dos programas, perfil dos candidatos, formato da seleção e seu aparato tecnológico dão o tom das novidades com que os jovens estão se deparando, segundo especialistas consultados.

Veja os principais pontos:

1. Alinhamento cultural nas etapas iniciais

“Antigamente o processo comportamental de olhar para a adequação do candidato à cultura da empresa era feito na etapa final com a dinâmica, painel e entrevista final. Isso mudou”, diz Luis Abdalla diretor da Seja Trainee.

A exigência por mais assertividade na escolha dos trainees explica por que as empresas querem descobrir antes quem são os candidatos mais alinhados aos seus valores. “As empresas se deram conta de que precisam atrair pessoas aderentes às suas culturas. Não adianta ter um superprocesso de seleção se, na prática, os jovens contratados não são os que vão ficar”, diz Manoela Costa, gerente executiva da Page Talent.

A KPMG é um exemplo de empresa que passou a querer conhecer os candidatos antes das etapas finais. “Eles contratam entre 300 e 400 trainees ao longo do ano e até então o primeiro contato que os candidatos tinham com pessoas da empresa era na dinâmica”, conta Abdalla. Agora, a empresa realiza webchats em fase pré-dinâmica. “Neste ano foram 22 webchats em que participaram mais de 2,7 mil candidatos”, diz o diretor da Seja Trainee.

2. Programas voltados para quem tem mais experiência

A experiência profissional conta muito agora, segundo Manoela Costa, gerente executiva da Page Talent. Algumas empresas estão ampliando o foco e mirando também jovens que tenham um pouco mais de bagagem como é o caso da Pepsico e da Cacau Show, por exemplo. As duas lançaram neste ano programas para formados há mais de três anos.

Abdalla diz que a tendência tem se repetido em empresas farmacêuticas também e do agronegócio. “O que as empresas que optam pelo trainee mais sênior alegam é que a posição de gerência que elas oferecem é um cargo mais importante em suas estruturas e que exige mais bagagem”, diz.

3. Destaque para habilidades específicas

Menos generalistas e mais especialistas? Programas direcionados para determinados segmentos foram criados em maior volume neste ano.

É uma forma de suprir uma demanda percebida pela empresa tendo em vista o momento da economia. “Há muita gente boa disponível no mercado”, diz Manoela. Um exemplo é o programa da JBS voltado para jovens advogados.


Essa tendência é um reflexo da atuação mais estratégica das áreas de recursos humanos, segundo Abdalla. “O RH está mais integrado e alinhado à estratégia de negócio”, diz.

4. Processos mais dinâmicos

“Estamos transformando o processo seletivo em uma grande oportunidade de aprendizagem”, diz Manoela. A ideia é que o jovem enxergue na seleção uma oportunidade de se desenvolver. Por isso, candidatos vão encontrar processos seletivos com workshops, palestras e etapas bem práticas.

Manoela cita uma seleção recente em que os candidatos aprenderam sobre games. “Eles fizeram o protótipo e depois jogaram. É interessante porque mostra ao jovem que ele é responsável pela sua carreira e pelo desenvolvimento”, diz Manoela.

O redesenho das etapas também tem sido marcante. O processo seletivo do Itaú por exemplo só terá duas fases, sendo que a primeira será totalmente digital, com testes, transmissão de conteúdo sobre mercado financeiro, participação em quizzes e cases de negócios com executivos do banco via Skype.

5. Tecnologia

Conteúdo digital, aliás, é o que não falta nesta temporada de trainees. “Esse é o ano do vídeo-selfie”, diz Abdalla. Os já mencionados webchats, palestras online e cyber-calls também surgem em maior número. Os vídeo-selfies eliminam a etapa de apresentação individual e a vantagem é que dão mais espaço para espontaneidade e criatividade e assim é possível saber mais sobre quem são e o que querem os candidatos já nas fases iniciais do processo.

O Santander é uma das empresas que apostaram nesse formato para conhecer mais os interessados ao seu programa de trainee. Em uma das etapas da seleção, candidatos têm que enviar um vídeo em que comentam um tema proposto pelo banco. Segundo VP de recursos humanos do Santander, Vanessa Lobato, esse foi o jeito encontrado para adequar a linguagem ao universo dos jovens.

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