Carreira

5 conselhos para jovens que querem trabalhar fora do Brasil

É jovem e sonha em cruzar fronteiras com o seu trabalho? Veja recomendações de especialistas para um bom início de uma carreira internacional

jovens brincam com globo terrestre: vagas no exterior (Kacper Pempel/Reuters)

jovens brincam com globo terrestre: vagas no exterior (Kacper Pempel/Reuters)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 14h00.

São Paulo - Fazer carreira no exterior é um projeto que seduz a maioria dos jovens brasileiros. Segundo uma recente pesquisa da consultoria Hays, nada menos que 88% daqueles que fazem parte da geração Y desejam trabalhar num país estrangeiro.

Ser jovem é uma grande vantagem para o profissional que sonha em cruzar fronteiras, na opinião de Luis Fernando Martins, diretor da Hays Response. “É a melhor fase para começar a desenhar uma carreira internacional: você tem poucas amarras e muita energia para gastar”, explica.

Até certo ponto, mesmo a inexperiência pode ajudar. Na visão de Leda Muniz, coordenadora da empresa de treinamento In Loco, o jovem é mais moldável à novidade, como se fosse uma folha em branco. “Quando você começa a assimilar desde muito cedo a sua profissão numa outra cultura, aprende logo os métodos de trabalho do outro país”, afirma.

Mesmo assim, a empreitada de fazer carreira no exterior não é fácil para ninguém. Os ventos até podem soprar a favor dos mais novos, mas só terão sucesso os que investirem em preparação. A seguir, veja algumas recomendações básicas para quem tem esse objetivo:

1. Investigue a fundo o país e a empresa onde você vai trabalhar
Antes de fazer as malas, busque conhecer ao máximo a história, a geografia e a cultura da cidade onde você vai morar. “Chegar com um conhecimento prévio sobre o ambiente ajuda o profissional a se integrar mais facilmente”, afirma Leda.

Além disso, vale pesquisar detalhes sobre o seu futuro local de trabalho. Qual é a trajetória da empresa? Como é o seu organograma? Quais são seus pontos fortes e fracos diante da concorrência? Munido dessas informações, você não precisará aprender tudo do zero quando chegar lá.

2. Comece a estudar ainda no Brasil o idioma nativo do seu empregador
Na opinião de Leda, o inglês deixou de ser visto como diferencial há muito tempo. Para se destacar profissionalmente em outro país, é importante conhecer a língua de origem da sua empresa. “Se você vai trabalhar numa multinacional sueca, por exemplo, vá aprender o idioma deles”, aconselha ela.

Mesmo que a empresa adote o inglês no dia a dia do trabalho, o ideal é não se acomodar. “O profissional que domina a língua nativa do empregador tem mais chances de progredir na empresa e ser mais valorizado pelo mercado no futuro”, explica Leda.

3. Busque fazer uma imersão total 
Pode até ser mais confortável, mas viver rodeado de brasileiros só dificulta a sua integração ao novo país. O ideal é conviver o máximo possível com nativos, inclusive colegas de trabalho.

Nessa interação, é fundamental observar atentamente o estrangeiro para compreender seus códigos culturais. “Isso permite descobrir como se relacionam no ambiente profissional, fecham negócios e fazem networking”, afirma Martins.

4. Encare a experiência de forma profissional
“Se você quer dar início a uma carreira internacional, não pode enxergar a experiência de trabalhar fora como um simples intercâmbio”, diz Leda. Em outras palavras, você não tem “licença” para ser menos responsável só por ser estrangeiro.

Segundo a especialista, essa postura leniente é o que explica o retorno de muitos jovens ao Brasil. “Muitos se comportam como eternos estudantes, convencidos de que só estão morando ‘por um tempo’ no exterior, e acabam fracassando em seus empregos”, explica ela.

5. Tenha jogo de cintura
Passado o deslumbramento inicial, o jovem logo descobre que morar fora do Brasil pode ser difícil. “Você vai ter que se submeter a adversidades, sem melindres”, afirma Martins. “Ser flexível é fundamental”.

Outra dica é evitar comparações com o Brasil. “Esqueça a frase ‘no meu país se faz assim’ e lembre que ali, naquele momento e naquele lugar, as pessoas fazem de forma diferente”, completa Leda.

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