Carreira

25.3802 vagas à sua espera em todo o Brasil

Pesquisa da VOCÊ S/A revela onde estão 14% das oportunidades de trabalho que se abrirão este ano no Brasil — dos empregos para iniciantes até os cargos executivos. Encontre o que mais combina com você

Sede do Itaú, em São Paulo: neste ano o banco planeja contratar 800 profissionais para cargos de liderança e deve abrir 10 000 vagas no total (Germano Lüders / VOCÊ S/A)

Sede do Itaú, em São Paulo: neste ano o banco planeja contratar 800 profissionais para cargos de liderança e deve abrir 10 000 vagas no total (Germano Lüders / VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 12h49.

São Paulo - Quer trocar de emprego e não sabe por onde começar? A VOCÊ S/A vai ajudar. Pelo oitavo ano consecutivo, a edição especial Mude de Emprego, principal mapeamento de vagas do mercado de trabalho no Brasil, mostra onde as oportunidades estão para quem busca uma nova colocação.

Encontramos 253.802 postos abertos em todo o território nacional. As vagas foram informadas pelas 174 empresas que participaram da pesquisa e que precisam contratar gente em 2012 para expandir seus negócios. O número corresponde a 14% do 1,78 milhão de empregos a serem criados no país este ano, segundo previsão do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. O levantamento apresenta 58.745 vagas para técnicos e 5.636 para cargos de liderança em 21 setores. 

O setor de serviços, que lidera a lista, oferece mais de 120.000 vagas. Em segundo lugar, vem o varejo, com 42.152 oportunidades.  Juntos, os mercados de TI e telecomunicações devem criar quase 15.000 empregos.

Este levantamento mostra que há vagas em empresas grandes, médias e pequenas, que buscam profissionais em 15 áreas diferentes: administração, comercial, engenharia, tecnologia da informação, finanças, marketing, pesquisa e desenvolvimento, logística, saúde, recursos humanos, química, economia, sustentabilidade, e-commerce e jurídica. 

Empresas à procura

Entre as maiores empregadoras deste ano está a Concremat, consultoria em engenharia com sede no Rio de Janeiro, que prevê um aumento de mão de obra de cerca de 20% em relação a 2011. "Estamos muito animados", diz Danielle Rainha, gerente de recursos humanos.

No total, serão 1.000 vagas para profissionais de nível técnico, 200 para cargos de gestão e 300 para cargos administrativos e operacionais. De acordo com Danielle, 40% dessas novas contratações estão ligadas às obras da Copa do Mundo e da Olimpíada. A Concremat também vai abrir 60 vagas para trabalho na República Dominicana.


A empresa que anunciou o maior número de vagas é o Grupo Multi, dono de escolas de idiomas, informática e cursos profissionalizantes como Wizard e Yázigi. Serão 35.000 vagas para professores, administradores e pessoal da área comercial — dez dos escolhidos irão trabalhar na China.

Entre os bancos, o Itaú está na frente, com 10.000 vagas abertas — dessas, 800 são para cargos de liderança. No varejo, Casas Bahia/Pontofrio tem a previsão mais ambiciosa: preencher 16 560 vagas. O Grupo Pão de Açúcar vem em seguida, com a intenção de contratar 11 408 pessoas e trazendo o maior número de postos para o nível executivo e gerencial do setor, com 508 vagas.

A CTIS, de Brasília, terá a difícil missão de encontrar 2 500 profissionais de tecnologia da informação, uma área em que a falta de gente qualificada é oportunidade quase permanente de encontrar uma colocação melhor. Igualmente dura é a tarefa da Vale, a maior contratante da região Norte, que vai precisar de 800 engenheiros e 1.700 especialistas e técnicos em todo o Brasil.

Com uma previsão de investimentos de 21,4 bilhões de dólares em 2012, a Vale está atrás de profissionais no Brasil e no exterior — serão 8.100 pessoas em todo o mundo, 6.600 por aqui. 

Contratações adiadas

Como houve uma desaceleração da economia brasileira no fim de 2011, muitas empresas estão adiando as contratações para o segundo semestre. É uma diferença em relação ao ano passado, quando a maior parte das vagas foi aberta nos primeiros seis meses. Por isso, o mercado deve ficar mais favorável ao profissional a partir de julho.

"É esperado, inclusive, um aumento na geração de emprego um pouco acima de 2011", diz Fábio Romão, economista da LCA. A desaceleração da economia explica a queda de 15% do total de vagas deste levantamento em relação ao ano passado, que era de 298.214 postos.

O número de vagas por empresa, no entanto, aumentou 5,7%, o que indica que outras companhias, que não participaram da pesquisa, podem ter necessidade de abrir vagas ainda este ano, mas preferiram não declarar a intenção, por enquanto. 


A expectativa de crescimento no número de contratações para cargos executivos e de liderança está um pouco abaixo em relação ao levantamento de 2011, mas nada desanimador. "Nossa projeção mais conservadora é um crescimento de 8% para essas posições até dezembro", diz Gustavo Costa, diretor da consultoria Hays.

"Há muitos investimentos que devem ocorrer a partir de julho e que estão ligados à realização da Copa, à liberação de pacotes de estímulo à economia e à privatização dos aeroportos." Na opinião de Matilde Berna, diretora de transição de carreira da consultoria Right Management, a tendência é manter o resultado de 2011 para posições de média gerência, que no ano passado cresceram 41%.

"Para gerência de primeira linha e cargos de diretoria, a estimativa em um cenário mais otimista é de uma procura 10% maior." Para postos de liderança, quem mais vai contratar nos próximos 12 meses é o banco Itaú, que cresceu 9,7% em 2011 e faturou 14,6 bilhões de reais. Serão 800 vagas. 

Salários melhores 

Na média, os salários devem ter um aumento ligeiramente acima da inflação, que fechou 2011 em 6,5%. Segundo pesquisa da consultoria Tower Watson, de outubro de 2011, com 360 grandes organizações instaladas no Brasil, 56% delas apontam para esse sentido. Para 43%, o ganho na negociação salarial deverá estar mais de 2,1% acima da inflação. Mas para Gustavo, da Hays, é de se esperar negociações difíceis na hora de pedir aumento.

"As empresas estão mais conservadoras", diz. Ainda assim, pode-se considerar que a expectativa entre as companhias brasileiras é positiva, principalmente se comparada à situação de outros países onde o crescimento econômico (e do emprego) deve ser bem menor.


Uma pesquisa da consultoria em recrutamento Robert Half perguntou a 1"876 executivos de 19 países se eles planejam aumentar ou reduzir o número de profissionais nas áreas de RH, finanças e TI no primeiro semestre deste ano. Dos 100 executivos brasileiros, 41% afirmam ter a intenção de aumentar o número de pessoas de RH, 42% o de finanças e 46% falam em contratações para TI. Na França, que vive a crise europeia, esses índices foram de 26%, 24% e 32%, respectivamente. 

As competências que as empresas mais buscam nos profissionais continuam sendo comportamentais, como flexibilidade, boa comunicação, liderança, alta energia e pensamento estratégico. No entanto, das 124 empresas que declaram ter encontrado dificuldade para encontrar o profissional adequado ao cargo no ano passado, 93 apontam a falta de habilidade técnica como um dos motivos, ante 78 por habilidade comportamental. 

Perfil adequado

Na opinião de Leonardo Souza, diretor da consultoria de recrutamento Michael Page de Recife, apesar de as duas habilidades caminharem sempre juntas, é bom prestar atenção no momento que a organização vive e para qual objetivo você está sendo contratado. É isso que vai ditar qual o peso do critério técnico ou do comportamental na hora de contratar.

"Nós buscamos profissionais que tenham um perfil alinhado aos valores e às estratégias", diz Marcelo Orticelli, diretor da área de pessoas do Itaú Unibanco. "Ao mesmo tempo, eles têm que ter energia, capacidade de realização, espírito empreendedor e potencial para liderança de projetos e pessoas."

A conclusão é que as vagas existem, mas a concorrência por elas também. Para candidatar-se a uma delas, espera-se que o profissional esteja preparado. As informações estão aqui. É hora de saber usá-las.

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