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Vale-turismo prioriza bem-estar da equipe fora da empresa

Para um profissional ser verdadeiramente produtivo é preciso ter qualidade de vida também fora do ambiente de trabalho; como fazer isso?

Novo profissional não quer apenas receber um salário ou ter status, quer ser valorizado como ser humano (Divulgação/Divulgação)

Novo profissional não quer apenas receber um salário ou ter status, quer ser valorizado como ser humano (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em 6 de abril de 2022 às 13h25.

Última atualização em 8 de abril de 2022 às 11h12.

Por Bruno Carone*

Sabe o que torna um profissional verdadeiramente produtivo? Ter qualidade de vida também fora do ambiente profissional. É aquele momento em que ele tem a oportunidade de relaxar, cuidar de si mesmo, estar ao lado de pessoas que quer bem ou fazer algo que goste. Acredito que momentos de descompressão como estes contribuem muito para que os colaboradores oxigenem as ideias, voltando para o expediente munidos de mais criatividade e engajamento.

É essa certeza que tem inspirado algumas organizações a revisitar seus planos de atração e retenção de talentos. Algumas, genuinamente focadas no bem-estar do colaborador, já se deram conta de que o básico — vale-alimentação, plano de saúde ou participação nos lucros — já não é o suficiente. Outras têm incluído em seus pacotes de benefícios, por exemplo, subsídios parcial ou integral para viagens ou programas de lazer e cultura podendo ainda envolver amigos e familiares.

O projeto de lei que está em tramitação na Câmara dos Deputados, em Brasília, que cria o Vale-Turismo, tem sido visto por muitas empresas como uma boa alternativa para oferecer possibilidade de viagens para os colaboradores, e, na verdade, já existe na prática. As companhias pagam por funcionário que aderir ao benefício um valor, que não é descontado dele, e o montante pode ser usado em passagens aéreas e diárias de hotéis no Brasil e no mundo.

Uma empresa que tenha coparticipação de R$ 100 para cada pessoa que aderiu ao benefício, por exemplo, dará ao colaborador pelo menos R$ 1,2 mil para usar em viagens ao longo de um ano. E ainda existe a possibilidade de o colaborador complementar o valor, com pagamentos mensais.

A ideia é não só democratizar o acesso a momentos de descompressão como também premiar os profissionais por seus desempenhos ao longo de um período. Em ofertas como essa, é importante ter um parceiro externo que possa gerenciar as ações, de forma que os colaboradores possam ter acesso a opções de atividades a lazer como viagens e passeios em geral envolvendo condições especiais na reservas de hospedagens e passagens aéreas, enquanto a empresa pode diluir esse investimento ao longo do ano.

Caso você ainda não tenha certeza sobre a necessidade de pensar com mais carinho no bem-estar de seus colaboradores, vou compartilhar alguns dados. Uma pesquisa realizada pela escola de inteligência emocional The School of Life em parceria com a empresa de recrutamento e seleção Robert Half mapeou que o principal impacto da pandemia na saúde dos liderados entrevistados foram: ansiedade, desânimo e estresse. Além disso, 14,36% do total afirmaram que simplesmente não estavam se cuidando e 58,46% assumiram que, em algum momento, deixaram de produzir ou se engajar no trabalho por estarem emocionalmente abalados.

Somado a isso, é preciso considerar que, hoje, com a consolidação do trabalho à distância, empresas de diferentes partes do mundo tornaram-se potenciais empregadores dos talentos que hoje você tem dentro de casa ou daqueles que você pretende trazer para unir forças com o seu time interno. Ou seja, o momento é de fazer com que as oportunidades de trabalho sejam realmente atrativas aos olhos dos profissionais.

Com a pandemia, as pessoas ressignificaram muitas coisas na própria vida: a forma de viver, de se relacionar e — principalmente — de trabalhar. Hoje, em prol do bem-estar mental e emocional, as que podem têm avaliado com mais cuidado as relações de trabalho com a empresa que as contratam ou desejam contratar. Sua organização precisa estar atenta às necessidades desse novo profissional que não quer apenas receber um salário ou ter status. Ele quer ser valorizado como ser humano.

*Bruno Carone é cofundador do Férias & Co.

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