Todo poder às mulheres
No comando das empresas e na política elas, apesar de ainda serem minoria, dão uma goleada nos resultados
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2020 às 10h51.
Última atualização em 15 de abril de 2021 às 13h59.
A busca por diversidade de gênero no comando das empresas está relacionada a qual letra do ESG? A resposta natural é o “S”, de social. E está certa.
Mas ela também está totalmente ligada ao “E”, de enviromental (ambiental), segundo estudo divulgado este mês pela Bloomberg e pela instituição japonesa The Sasakawa Peace Foundation.
Entre 2016 e 2018, o crescimento das emissões de gases de efeito estufa em empresas que não possuem mulheres no conselho foi de 3,5%, quase seis vezes maior do que o aumento de 0,6% registrado nas companhias que têm pelo menos 30% de conselheiras. No estudo, foram avaliadas 11.700 corporações globais.
Já entre as empresas que integram a Força-tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas às Mudanças Climáticas (TCFD), houve significativa redução nas emissões naquelas que possuem mais 20% de mulheres no conselho.
Até mesmo em companhias que têm mais dificuldade em poluir menos, como nas petroleiras, a diversidade de gênero faz bastante diferença. O estudo constatou que as metas de descarbonização nestas empresas são muito mais ousadas nas que contam com presença feminina no comando.
Corta para a política brasileira.
As mulheres parlamentares aprovaram três vezes mais projetos entre 2015 e 2019 na Câmara dos Deputados. E a maioria absoluta das leis aprovadas sobre direitos fundamentais e sociais, bem como de economia e trabalho de cuidado, foi criada por mulheres.
Os dados fazem parte de uma monografia apresentada este mês pelo jornalista e formando em Direito José Jance Marques, na UnB. A pesquisa utilizou o banco de dados da Câmara, o Sileg-Tramitação, para analisar projetos apresentados desde os anos 1990.
A proporção de mulheres vem aumentando, mas ainda é muito baixa no comando das empresas e na política. Nas eleições deste ano, apenas 12% das cidades elegeram uma prefeita. E somente 16% dos escolhidos para as Câmaras Municipais são mulheres, apesar de elas serem 52,5% dos eleitores.
Mais da metade dos 5.568 municípios do país terão nenhuma ou somente uma vereadora.
Precisamos acelerar essa mudança.
* Sócio-Diretor da Loures Comunicação
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