Tiago Farias: plataformas low-code devem representar 75% dos softwares até 2024
Práticas low-code salvarão tempo e são mais eficientes
Bússola
Publicado em 30 de outubro de 2022 às 17h00.
Última atualização em 30 de outubro de 2022 às 17h29.
Uma pesquisa realizada pela Forrester Research estima que as plataformas low-code representarão 75% do total de softwares desenvolvidos até 2024 em todo o mundo. Até 2030, o modelo de desenvolvimento de baixo código deve crescer a um CAGR (crescimento composto anual) de 31,3% em nível global. A informação é da pesquisa Low-code Development Platform Market Research Report — Global Industry Analysis, Trends and Growth Forecast to 2030, da Research and Markets, que apontou o começo desse aumento na pandemia de covid-19.
Ainda de acordo com o relatório, se essas tecnologias que buscam a utilização de menos ou nenhum código no desenvolvimento de produtos e serviços tinham um valor de mercado de US$ 12,5 milhões em 2020, a expectativa é que, em 2030, o montante chegue a US$ 190 milhões.
Com o isolamento social nos anos de pico da transmissão, empresas dos mais variados setores tiveram de investir em tecnologia para atenderem a demandas online, suportarem equipes em home office etc. Com isso, soluções digitais mais fáceis de serem aplicadas ganharam espaço, e o cenário impulsionou a adesão dos softwares com aplicações com pouco ou nenhum conhecimento de linguagem de programação.
Essa proposta de aceleração digital permite que as empresas construam apps, automações de processos, aplicações e novas funcionalidades para os sistemas que utilizam (ERP, CRM etc.), sem que haja dentro delas pessoas com conhecimento em HTML, Java, CSS e outras linguagens específicas.
Mesmo a composição de aplicativos, considerada uma missão complexa, torna-se mais intuitiva graças à tecnologia disponível, que requer pouco ou nenhum conhecimento de codificação.
A ferramenta low-code é uma das mais sofisticadas quando se fala em abstração, ou seja, traz blocos prontos e padronizados para serem encaixados em infinitas possibilidades de aplicações. A revolução do low-code trouxe uma nova realidade. O desenvolvimento do que era até então visto como complicado vem se tornando acessível por meio de modelos pré-construídos e soluções de “arrasta e solta”. Como resultado, quem vem utilizando as plataformas de baixo código reduz custos e tempo — metas almejadas por todo o universo corporativo nos tempos atuais.
Outro destaque do low-code é a possibilidade de personalização, permitindo que o resultado fique de acordo com cada necessidade individual, atendendo a gargalos de projetos em nível particular com infinitas possibilidades de soluções. Esse modelo abre espaço para que o setor de TI possa explorar as alternativas para criar um aplicativo ou software que seja específico para seus diferenciais ou serviços oferecidos.
A popularização crescente desses formatos acelera as jornadas de transformação digital por meio da gestão de serviços e combinação de processos de negócios, acelerando a modernização e agilidade das empresas. Nesse cenário, muitos podem pensar que existe a possibilidade de findar a atuação do programador ou desenvolvedor, mas o processo é justamente o contrário. A facilitação dos códigos ressignificou a profissão e colocou esses atores em um patamar ainda mais estratégico na sociedade e nas empresas. O profissional ainda é peça-chave na criação dessas plataformas simplificadas, pensando e dando vida a opções criativas e inovadoras todos os dias.
Na prática, os programadores e especialistas em TI serão os maiores beneficiados com o uso das práticas low-code, visto que ganharão tempo e eficiência para desenvolverem sistemas, dashboards, automatizarem fluxos de trabalho, entre outras soluções interativas e necessárias para o ambiente corporativo e o core business. Enquanto isso, com a redução da dependência desses profissionais, colaboradores de outras áreas podem aplicar as criações em seus projetos e sistemas diários. Além de trazer um número maior de pessoas para o universo da tecnologia, o low-code proporciona liberdade e inovação para os mais diversos segmentos de mercado. Em breve, isso será o novo normal.
*Tiago Farias é co-CEO da TrueChange
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