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Setor de óleo e gás busca se conectar com jovens talentos em evento online

A busca é pela diversidade dos novos profissionais, mesclando a experiência com jovens talentos com diversas capacitações em diversas áreas

Evento acontecerá entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro. (André Valentim/Divulgação)

Evento acontecerá entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro. (André Valentim/Divulgação)

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Publicado em 29 de novembro de 2021 às 15h24.

A indústria de óleo e gás vive uma fase de transição neste momento em que o mundo discute novas tecnologias e iniciativas para reduzir emissões de gases do efeito estufa, a fim de se adequar às metas assumidas por países e empresas – muitas delas reafirmadas ou turbinadas durante a COP 26.

Para fazer frente a esse novo contexto, o setor busca também diversificar o perfil dos novos profissionais, mesclando a experiência com jovens talentos com diversas capacitações nas áreas, por exemplo, de ciências de dados, tecnologia, sustentabilidade, ESG, inovação e energias renováveis (em especial, solar e eólica).

Dialogando com esse público jovem, o IBP realiza, pela primeira vez, o Young Summit Rio Oil & Gás, evento totalmente gratuito que será realizado entre 30 de novembro e 2 de dezembro. A iniciativa vai abordar quatro pilares: Diversidade e Inclusão; Empreendedorismo e Transformação Digital; Carreira; e Sustentabilidade. As inscrições podem ser feitas pelo site.

Aos 27 anos, a engenheira Mariana Kobayashi já trilhou diversos caminhos na indústria de óleo e gás. Atualmente, ela é coordenadora de Projetos Digitais e de Dados na TotalEnergies, trabalhando para a empresa na França. Mariana é uma das palestrantes da Young Summit.

Até ingressar na TotalEnergies, Mariana se formou em engenharia química e engenharia de processos e trabalhou no setor de mineração. Atualmente, sua atuação na TotalEnergies envolve nove refinarias, o que implicou muito trabalho em chão de fábrica. Para a profissional, que também íntegra o Comitê Jovem do IBP, o setor de óleo e gás é muito atrativo. “Trata-se de uma área rica em profissionais de diversas formações e culturas. A cadeia produtiva é grande e pode-se trabalhar no exterior, o que é uma rica experiência técnica e cultural.”

O foco é desenvolver, por exemplo, profissionais para aprimorar e desenvolver novas tecnologias. Dentre elas a captura, utilização e estocagem de carbono (CCUS, na sigla em inglês), importante via para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa no setor de O&G. A Agência Internacional de Energia estima que quase 50% das reduções de emissões para a descarbonização do setor energético  em 2050 vêm de tecnologias que hoje estão em fase de demonstração ou protótipo.

Nos últimos três anos, mais de 30 instalações de CCUS foram anunciadas — sobretudo na Europa, EUA, China, Austrália e Oriente Médio. Governos e indústria, se comprometeram a financiar mais de US$ 25 bilhões em projetos de CCUS e capacidade instalada para captura de CO₂ pode quadruplicar nas próximas décadas. O CCUS é uma via para redução das emissões em setores da indústria pesada, incluindo cimento, sendo uma opção importante para lidar com as emissões de ativos de energia existente, reduzindo os impactos das emissões na indústria de O&G.

Outro foco do setor está em renováveis. Os investimentos em biocombustíveis (2% do total em 2021) fazem parte da estratégia de diversificação das empresas de óleo e gás, liderada pelas fontes solar (26%) e eólica (66%), segundo dados da Agência Internacional de Energia compilados pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, o IBP. Neste ano de 2021, o setor deve registrar a maior participação de projetos fora da cadeia tradicional de óleo e gás no investimento, 4,2% do total. Entre 2019 e 2021, a IEA espera um crescimento de 71% desses investimentos.

“Buscamos novos profissionais que possam contribuir com novas ideias e oxigenar o nosso setor. Essa tendência vimos em outros segmentos também. O nosso objetivo é mesclar a experiência com jovens talentos com diversas capacidades. A diversidade é um valor cada vez mais disseminado na nossa indústria e está no topo das nossas prioridades”, afirma Eberaldo Almeida, presidente do IBP.

Aprendizado

Mariana fala do desafio do setor para reduzir emissões, o          que abre espaço para novos perfis profissionais. “Muitas empresas já desenvolvem esforços para a transição energética. É hora então de fazer a diferença, de propor soluções inovadoras e que vão abrir espaço não só para a tecnologia, mas diversas profissões de outras áreas”.

Aos 34 anos, Patrícia Grabowsky, gerente de Inovação na Ocyan e líder do Grupo de Trabalho de Cultura e Inovação do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), é outro exemplo de jovem bem-sucedida na indústria petrolífera. Patrícia, que é engenheira de materiais, começou sua carreira como estagiária na Subsea 7. Atuou na área de engenharia de revestimento de dutos rígidos e em 2017, começou a trabalhar como coordenadora de Inovação na companhia, tornando-se Head de Inovação.

Hoje na Ocyan, Patrícia destaca as vantagens de trabalhar na indústria de óleo e gás. “O setor oferece a oportunidade de trabalhar em empresas globais e salários competitivos. Há ainda a possibilidade de viajar, visando o desenvolvimento da carreira. É um setor que investe no profissional e há muita exposição prática’’, diz.

De acordo com dados do IBGE,  o setor de óleo e gás tem uma remuneração média sete vezes superior à média da indústria geral.

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