Renato Krausz: O soneto de ESG
Em homenagem à 60ª coluna, uma breve tentativa inspirada em Luís de Camões para falar de sustentabilidade
Bússola
Publicado em 30 de setembro de 2021 às 11h21.
Última atualização em 30 de setembro de 2021 às 13h32.
Por Renato Krausz*
Eu estava entretido no final de semana lendo umas coisas da pós-graduação e buscando temas para esta coluna, quando uma de minhas filhas me perguntou quantos textos já escrevi para a Bússola. Fui checar e, se não cometi nenhum engano, contabilizei 59.
“A próxima será a 60ª, pai. Faz uma coisa diferente”, disse ela. “Tipo o quê?”, perguntei. “Sei lá, faz um soneto”. Só respondi com um sorriso e comecei a matutar a ideia. “Está bem, vou fazer”.
Então reuni meus dois principais atributos literários, a inépcia e a ignorância, e me debrucei sobre o papel em branco com um livrinho de Camões ao lado para recordar das métricas e rimas. Decassílabos, Abba, Baab, Cde, Cde, vamos lá. O resultado, queiram desculpar, está logo aí abaixo.
Ó, viventes, vejam o que fizemos
com essa Terra pobre coitada.
De infortúnios vive ela atolada,
e acena o suplício que teremos.
Da bonança resta pouco além de nada,
urge cuidar de cidades e locais ermos.
Ou responsáveis todos nos tornemos
ou vivamos a tormenta desenfreada.
Ó, políticos e CEOs, dai o seu melhor!
Trazei logo a paz para a humanidade
e o exemplo de não pensar só em si.
Não há de ser só um desejo com ardor
que gajos e gajas tenham equidade.
Que venha logo a mudança do tal ESG!
*Renato Krauszé sócio-diretor da Loures Comunicação
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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