Dado só tem valor se inserido e analisado dentro de um contexto (Witthaya Prasongsin/Getty Images)
Bússola
Publicado em 23 de agosto de 2021 às 19h52.
Última atualização em 23 de agosto de 2021 às 20h02.
Por Cesario Nakamura*
O uso de dados está revolucionando os negócios, e o mercado de benefícios também tem apostado nessa tendência para oferecer serviços personalizados e que atendam à demanda dinâmica e ao perfil mais digital dos consumidores. É notável que o acesso a informações oportunas e relevantes se tornou mais valioso do que nunca, visto que os dados são pontos centrais da inovação.
Segundo uma pesquisa do Capgemini Research Institute, organizações que utilizam processos de compartilhamento de dados mais complexos e colaborativos chegam a ter um adicional de vantagem financeira de 10 pontos percentuais.
No segmento de alimentos e bebidas, a inteligência de dados também está conquistando espaço, principalmente em um momento de grande impacto para o setor como o do isolamento social provocado pela pandemia. As restrições sanitárias obrigaram bares e restaurantes a rever seus cardápios, estratégias de curto, médio e longo prazo, processos operacionais, estruturas de custos, canais de venda e relacionamento com clientes.
De acordo com a pesquisa da ANR/Galunion, durante o período de isolamento social, 65% das redes de alimentação passaram a utilizar mais inteligência e troca de dados de performance do negócio para criar ofertas personalizadas.
O acesso à informação de comportamento do cliente se tornou um forte aliado para o setor. De acordo com o Índice Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) e Alelo, os piores resultados foram notados em abril de 2020, quando a queda no consumo dos restaurantes, bares, padarias e lanchonetes chegou a -47,6%. Mesmo que pouco a pouco os números venham melhorando, em junho de 2021 ainda houve uma baixa de -27,5% no faturamento desses estabelecimentos, quando comparado ao mesmo período de 2019 (pré-pandemia).
Dados como esses são responsáveis não só por demonstrar como a pandemia tem afetado o consumo nos restaurantes do país, o que envolve também aspectos econômicos, como servem de referência para que os estabelecimentos consigam se preparar da melhor forma para a retomada.
As empresas, percebendo o cenário, estão desenvolvendo soluções para oferecer dados como serviço (DaaS), ajudando os estabelecimentos comerciais. O relatório global da Capgemini aponta que 54% das organizações declararam interesse crescente em monetizar dados.
Na Alelo, essa já é uma prática em desenvolvimento, que inclui divulgação de índices para clientes e mercado, e o desenvolvimento de soluções que levam em conta, por exemplo, a possibilidade de incluir a visualização de períodos de pico ou ociosos para definição de estratégia de promoções.
Entendemos o quão essencial é uma solução que compartilha insights sobre preferências de clientes, valor gasto, dia e horário mais utilizados. Com a coleta e análise desses dados, damos insumos e independência para que donos de estabelecimentos comerciais decidam como preferem desenvolver ações promocionais, que vão desde ofertas de cashback até cartões digitais de fidelidade, que resultarão em fluxo e fidelização do público. Essa é apenas uma das formas de promover a retomada apoiando a estratégia dos varejistas e compartilhando nossa inteligência que conecta pessoas e negócios.
Com o passar dos anos, o que fica ainda mais claro é que o dado por si só tem valor se for inserido e analisado dentro de um contexto. Na verdade, o modelo de sucesso para as empresas é a arte de combinar ciência de dados com escuta ativa dos desejos dos clientes. Só assim será possível desenvolver soluções que realmente atendam às necessidades dos clientes, e por que não dizer, da sociedade de uma forma geral.
*Cesario Nakamura é presidente da Alelo
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