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Trens são o meio de transporte mais sustentável que conhecemos, até agora

Um trem lotado equivale a 400 carros (Aline Massuca/Divulgação)

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Publicado em 10 de abril de 2023 às 18h30.

Última atualização em 10 de abril de 2023 às 18h53.

Que o trem é um dos modais mais sustentáveis, quase todo mundo já sabe. Com capacidade para transportar cerca de 2 mil passageiros, cada trem retira, em média, 400 carros das ruas do Rio de Janeiro. Agora vamos fazer as contas: uma composição emite, por dia, cerca de 220 toneladas de gás carbônico a menos que um ônibus. A diferença, como salientado antes, é que um trem leva de uma só vez 2 mil pessoas, enquanto o ônibus tem capacidade para quase 50 passageiros sentados e alguns mais em pé. Se levarmos em consideração toda a frota da SuperVia, com 154 composições, podemos dizer que deixamos de emitir quase 34 mil toneladas de gás carbônico todos os dias, na comparação com uma frota de ônibus movida a combustão. Para se ter uma ideia, a compensação dessa quantidade de gás demandaria, por exemplo, o plantio de 238 mil árvores em 20 anos.

Apesar de ser um modal sustentável, o trem também produz resíduos. A legislação ambiental brasileira tem se atualizado rotineiramente e o acompanhamento das contrapartidas ambientais em uma concessão é rígido, como deve ser. Afinal, as normas cada vez mais modernas e a fiscalização constante garantem a preservação ambiental necessária para pensarmos em futuro. Para além do cumprimento das exigências contratuais, a SuperVia utiliza os resíduos gerados na operação da malha ferroviária e de seus prédios administrativos para implantar uma verdadeira economia circular. Em vez de lixo, os materiais que não servem mais para a empresa ajudam instituições, cooperativas e até mesmo entes governamentais. Fazemos a economia girar de forma sustentável.

Boa parte dos resíduos eletrônicos, por exemplo, são doados para a Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Lixo Céu Azul, em Vigário Geral, na Zona Norte da capital, para serem reciclados e receberem novas funções. Já os papelões passam a servir de abrigo e proteção contra o frio para os animais da Sociedade União Internacional Protetora dos Animais, a Suipa.

A área de Meio Ambiente da SuperVia conseguiu dar destinação inclusive para as britas que não têm mais serventia para a empresa. Agora, elas são utilizadas em obras de revitalização das ruas no município de Japeri, na Baixada Fluminense, por meio de uma parceria com a Secretaria de Obras.

A SuperVia tem reciclado também o resíduo que ela não produz. Isso porque muitas pessoas enxergam a via férrea como um lixão. Nas operações rotineiras de limpeza das linhas, são coletados muitos pneus, que, além de serem feitos de material de difícil decomposição, ainda servem como criadouros do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. Esse material despejado irregularmente é doado para uma empresa, que fabrica asfalto sustentável.

Até mesmo a água para a limpeza dos trens é reutilizada. A SuperVia tem duas estações de tratamento próprias desde 2010 e, só em 2022, conseguiu economizar cerca de 1,5 milhão de litros de água. Essa foi uma forma que a empresa encontrou de dar uma destinação correta para seus efluentes.

A SuperVia, como uma concessionária de serviço público essencial, está presente em 12 municípios da segunda maior região metropolitana do Brasil. Algumas dessas cidades estão entre as que figuram como as piores colocadas do estado no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano, elaborado pelo IBGE. Uma série de pesquisas já demonstraram que as mudanças climáticas serão especialmente cruéis com os mais mais pobres. O que a SuperVia quer fazer quando estabelece uma política sólida de preservação ambiental é reduzir os impactos da sua atividade e, mais do que isso, auxiliar no desenvolvimento dessas comunidades e consequente melhoria da sua qualidade de vida.

*Antônio Carlos Sanches é presidente da SuperVia

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