Podcast A+ traz o debate promovido pela Bússola sobre a importância da indústria química brasileira (Bússola/Divulgação)
Bússola
Publicado em 14 de maio de 2021 às 12h58.
Última atualização em 3 de novembro de 2022 às 19h21.
Por Bússola
O novo episódio do Podcast A+ traz o debate promovido pela Bússola sobre a importância da indústria química brasileira e os desafios para continuar crescendo e se manter competitiva.
O setor químico é conhecido no mundo todo como a indústria das indústrias, já que fornece matéria-prima para 96% dos produtos manufaturados. De itens farmacêuticos e de higiene, passando por fertilizantes e defensivos agrícolas, até tintas, vernizes, resinas e fibras artificiais e sintéticas, a indústria química está presente de alguma forma em quase tudo o que consumimos.
No enfrentamento à covid-19 não é diferente: o setor foi considerado essencial pelo governo federal logo no início da pandemia por seu papel estratégico na cadeia de fornecimento dos principais insumos utilizados no combate e prevenção ao coronavírus. Passa obrigatoriamente pela indústria química a produção de itens como álcool em gel, desinfetantes e sabonetes, máscaras e protetores faciais, remédios, gases medicinais e seringas de vacinação.
E, justamente quando o setor químico é mais necessário, lideranças do mercado alertam para o risco de a indústria brasileira perder competitividade e reduzir a produção. O motivo é a Medida Provisória nº 1.034 de 2021, publicada pelo governo federal, que extingue a partir de junho o Regime Especial da Indústria Química (REIQ). Com o fim da tributação diferenciada criada em 2013, a alíquota de PIS/Cofins incidente sobre a compra de matérias-primas petroquímicas básicas de primeira e segunda geração sobe de 5,6% para 9,25%. Uma elevação de 65% na alíquota do imposto.
A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) afirma que, sem o regime especial, a indústria nacional terá dificuldades de competir com as concorrentes internacionais, já que o custo de produção em outros países é bem menor. De acordo com a entidade, enquanto a carga tributária do setor no Brasil representa entre 40% e 50% de seu faturamento, nos Estados Unidos ela corresponde a 20%. Além disso, a despesa com matéria-prima é, em média, 30% mais alta por aqui do que no resto do mundo.
Para a Abiquim, o fim do REIQ pode levar a uma retração de 7% da produção e uma perda de 80.000 postos de trabalho. A Associação destaca ainda que o aumento dos custos tem potencial para impactar os preços de produtos e serviços dos mais variados setores da economia, inclusive o agronegócio.
Em 1 hora de live no YouTube da EXAME, especialistas e representantes do setor analisaram o futuro da indústria química brasileira, a sexta maior do mundo. O bate-papo reuniu André Passos Cordeiro, diretor de relações institucionais e governamentais da Abiquim; Mônica Messenberg, diretora de relações institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI); e Paulo Gala, economista, consultor e professor da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. A mediação é do jornalista Rafael Lisbôa, diretor da Bússola.
Ouça abaixo o episódio, e ainda pelo Spotify ou Apple Podcasts. A edição é de Guilherme Baldi.
O Podcast A+ faz parte da plataforma Bússola, uma parceria entre a revista EXAME e o Grupo FSB.
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