A análise específica da páprica foi a que mais chamou a atenção. (Sydney James/Getty Images)
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Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 12h59.
Última atualização em 15 de janeiro de 2024 às 15h29.
Será que você está temperando sua comida com pedaços de pelo de rato ou de insetos? Estudos feitos pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL) revelaram a presença de matérias estranhas em ervas e especiarias.
180 amostras de seis diferentes tipos de especiarias e condimento em pó de marcas distintas com diferentes lotes e prazos de validade. São eles:
A análise específica da páprica foi a que mais chamou a atenção: 30% das amostras de 16 marcas distintas tinham algum tipo de problema.
Desse total reprovado, os cientistas encontraram fragmentos de pelo de roedor em 91% das amostras e partículas de insetos em 79%.
Pelos parâmetros da legislação sanitária, 88% das amostras foram consideradas insatisfatórias e 77% apresentaram quantidade de matérias estranhas acima do limite tolerado.
Os pesquisadores também encontraram grandes quantidades de amido de milho na cúrcuma e na noz-moscada. Os cientistas contam que esse ingrediente adicionado é uma matéria-prima barata e não agrega cor ou sabor quando adicionada. O objetivo é aumentar o volume.
Os resultados confirmam a importância de os consumidores estarem atentos à qualidade, principalmente nos estabelecimentos que vendem esses produtos à granel, que muitas vezes escapam dos rígidos controles impostos pelos órgãos reguladores da indústria de alimentos.
O Diretor de Assuntos Regulatórios e Científicos da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), Alexandre Novachi, reforça: “Quando o preço está muito baixo pode-se desconfiar que a especiaria tenha sido adulterada, pois normalmente o produto 100% puro é mais caro, devido a todo o controle que deve ser feito ao longo da cadeia de produção”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até estabelece limites de tolerância de matérias estranhas para alguns grupos de alimentos. Mas algumas das amostras usadas no levantamento ultrapassaram esses índices.
No Brasil existem dois órgãos que fiscalizam a produção de alimentos: a Anvisa e o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
O nível de exigência vai depender da categoria do alimento.
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