Plenário do Senado, em Brasília (Jane de Araújo/Agência Senado)
Mariana Martucci
Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 20h46.
Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 21h04.
Eleição para a Presidência do Senado tem um certo ar de conclave. Até mesmo pela definição de Darcy Ribeiro de que o Senado era o paraíso, com a vantagem que não se precisava morrer para chegar lá, os integrantes dessa elite política costuram com rituais silentes a escolha do nome que comanda o Plenário azul.
Há dois anos, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pregou uma peça no então favorito Renan Calheiros (MDB-AL) quando se sentou à cadeira para comandar a sessão que elegeria a Mesa Diretora e conduziu a votação. E o fez em benefício próprio. Foi um gritaria de acordar surdos.
Impedido pelo Supremo Tribunal Federal de continuar a dar voz de comando aos senadores, Alcolumbre sacou do bolso o correligionário Rodrigo Pacheco, mineiro que já está rouco de tanto ouvir a imprensa falar seu nome.
Até agora, pouco falou publicamente sobre sua candidatura, suas ideias, sua relação com o governo, seus compromissos, sua agenda de trabalho. Nos bastidores conquistou apoio de partidos que indicam maioria para ser eleito em primeiro turno.
O Senado é a Casa Revisora do Parlamento e representa os estados da Federação. O país vive uma de suas maiores crises sanitárias e a recessão econômica campeia solta pelos setores produtivos.
O mutismo senatorial só demonstra que a atual política tem poucas respostas a oferecer ao país neste momento grave da história.
*Analista político da FSB Comunicação
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