Grupos favorecidos envelhecem melhor (krisanapong detraphiphat/Getty Images)
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Publicado em 1 de junho de 2023 às 15h30.
Por Mauro Wainstock
Um estudo realizado pelo Itaú Viver Mais, em parceria com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), mostrou que há diferenças significativas na experiência de envelhecer. A pesquisa contou com uma amostra de 1.462 pessoas com 50 anos residentes em São Paulo, Salvador e Porto Alegre e investigou 11 indicadores que compõem o envelhecimento ativo: autoestima, bem-estar, saúde: acesso e prevenção, atividades físicas, mobilidade, inclusão produtiva, inclusão digital, segurança financeira, capital social, práticas culturais e exposição à violência.
As conclusões indicam diferenças significativas na experiência do envelhecer que estão associadas com melhores condições de vida e longevidade para grupos raciais historicamente favorecidos.
Em todas as faixas etárias pesquisadas as pessoas brancas apresentam maior escolaridade. Por sua vez, as pessoas negras acumulam situações de discriminação em diferentes etapas do ciclo produtivo. As desvantagens para esse grupo social se iniciam nos primeiros anos da vida escolar com efeitos sentidos no acesso ao mercado de trabalho. A população negra apresenta inserções ocupacionais precárias e com baixa cobertura de seguridade social, o que impacta também no acesso à aposentadoria. Nas três capitais pesquisadas, a proporção de pessoas com 50 anos ou mais que recebem este benefício é 9% maior na população branca do que na população negra.
50% das pessoas negras com 50 anos ou mais consideram difícil pagar as contas com sua renda mensal, enquanto para mulheres e homens brancos esse percentual é de 44%. Pessoas brancas com mais de 50 anos que estão no mercado de trabalho recebem salários médios de aproximadamente R$ 3 mil. Entre as pessoas negras desta mesma faixa etária, a maior média de salário está no grupo entre 50 e 64 anos, chegando ao valor de R$1.724. As pessoas brancas também possuem maior segurança financeira, considerando a renda do trabalho e outras fontes de renda e de riqueza.
Ao longo da vida, homens negros foram ameaçados com arma de fogo 8% mais do que os brancos. Em São Paulo, por exemplo, 28% dos homens negros já foram ameaçados por armas de fogo contra 24% dos brancos, 12% das mulheres negras e 8% das brancas.
Este indicador é muito importante no desenvolvimento de um envelhecimento ativo: homens e mulheres negros acessam 16% menos os serviços de saúde privados em relação aos brancos.
Mulheres e homens negros acessam 14% menos a internet quando comparados com os brancos. Entre a população negra de 50 anos ou mais, pouco mais de 3 em cada 5 pessoas acessaram a internet (66%), enquanto na população branca essa relação é de 4 a cada 5 pessoas (80%). *Mauro Wainstock tem 30 anos de experiência em Comunicação. Foi nomeado Linkedin TOP VOICE, é mentor de executivos, conselheiro de empresas, palestrante sobre diversidade etária e sócio-fundador do HUB 40+
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