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Não tem "se" na política?

Coluna de Alon Feuerwerker analisa a eleição presidencial na Bolívia, com a provável vitória de Luis Acre, aliado de Evo Morales

O que teria acontecido na Bolívia se Evo Morales tivesse aceitado a derrota no plebiscito e desistido de mais uma reeleição? (RONALDO SCHEMIDT/AFP)

Mariana Martucci

Publicado em 19 de outubro de 2020 às 19h46.

Última atualização em 19 de outubro de 2020 às 19h52.

Na política, a exemplo do futebol e de quase tudo na vida, o "se" não joga. Mas é legítimo especular com ele, especialmente para construir narrativas. Beneficiam-se disso especialmente aqueles cujos conselhos não foram seguidos.

Como ninguém jamais saberá o que teria acontecido se tivessem sido ouvidos, podem sempre pontificar a partir de uma posição inexpugnável. "Se vocês tivessem feito o que eu mandei..."

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O que teria acontecido na Bolívia se Evo Morales tivesse aceitado a derrota no plebiscito e desistido de mais uma reeleição? Muito provavelmente o partido dele teria vencido, como se comprovou ontem. Sem que a coisa tivesse descambado, como descambou, depois da eleição anulada.

Mas, e se não, e se a eleição de qualquer um do MAS naquela época tivesse resultado na mesma barafunda? Nas mesmas acusações de fraude? Quem pode garantir que não teria acontecido exatamente o que aconteceu?

O fato é que a oposição a Evo precisou agora ir para um processo eleitoral depois de ser governo na prática, com as delícias e principalmente as dores que tal fato acarreta. Não se deve desprezar esse fator nas causas da sua derrota.

Fica a dica.

* Analista político da FSB Comunicação

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