(demaerre/Getty Images)
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Publicado em 21 de novembro de 2024 às 07h00.
Por Marco Yamada*
A utilização da inteligência artificial (IA) gera inúmeras transformações em vários setores da economia, incluindo o mercado de seguros, uma vez que a principal matéria-prima deste setor são os dados. A IA se destaca como uma poderosa ferramenta para analisar grandes volumes de dados em curto espaço de tempo ou até mesmo em tempo real.
No setor de seguros, que fechou o primeiro trimestre com crescimento de 15,3%, segundo relatório da Susep, as inovações tecnológicas vêm remodelando como seguradoras, corretores e clientes operam e interagem. Em muitos casos, isso cria oportunidades para as empresas reinventarem seus modelos de negócio, desenvolvendo produtos alinhados às transformações das relações contratuais e de consumo. Empresas que aproveitam essas tecnologias conquistam vantagens competitivas, como eficiência, redução de custos e melhorias na experiência do cliente.
A rápida evolução da tecnologia transforma o setor de seguros, exigindo a remodelagem de portfólios para acompanhar demandas de produtos como veículos elétricos, autônomos e soluções digitais. Seguradoras e insurtechs adotam tecnologias como big data, blockchain e plataformas de autoatendimento para melhorar a interação com os clientes e otimizar seus serviços.
Uma tendência crescente é o desenvolvimento de produtos personalizados, focados no perfil do cliente em vez de ofertas padronizadas. Para isso, IA e big data são essenciais na precificação de prêmios ajustados ao perfil individual. A análise de padrões de comportamento, condições climáticas e outros dados possibilita experiências mais assertivas, além de combater fraudes, que geram prejuízos bilionários ao setor.
Apesar do grande potencial de crescimento, o mercado segurador no Brasil é altamente regulado, o que pode atrasar o lançamento de inovações. Nesse contexto, o Sandbox regulatório surge como solução, permitindo que empresas operem com autorizações temporárias para testar tecnologias experimentais dentro de condições especiais. Essa iniciativa é destacada pela Fundação Getúlio Vargas e pela Susep, que apontam avanços como machine learning, uso de IoT, smart contracts e integração com tecnologias de pagamento como o PIX.
O Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) reforça a relevância do setor segurador no desenvolvimento social e econômico do Brasil. A criação do grupo “Seguros, Novo PAC e Neoindustrialização” busca aperfeiçoar regulamentações para apoiar projetos como seguro garantia de obras e riscos de engenharia, impulsionando o crescimento do setor.
É difícil imaginar um setor econômico sem a adoção de ferramentas de inteligência artificial, especialmente em seguros, onde dados são essenciais para previsões e tomadas de decisão. A combinação entre expertise humana e análise massiva de dados promete transformar a gestão de riscos e a experiência do consumidor.
*Marco Yamada, coordenador jurídico no escritório Mandaliti, especialista em Direito Civil, Empresarial e Digital.
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