Marcelo Saraiva: O contêiner como cápsula de sustentabilidade
Democratizar o uso da ferrovia favorece a economia de baixo carbono, ao oferecer uma solução logística que emite consideravelmente menos gases de efeito estufa.
Bússola
Publicado em 24 de novembro de 2022 às 17h15.
Assumir compromissos exige maturidade. Ao completar 11 anos, a Brado decidiu lançar seu primeiro Relatório Anual de Sustentabilidade. Trata-se de uma demonstração de que estamos prontos para assumir novos compromissos, sempre focados na nossa gente, nos nossos clientes e na agenda ESG. Tem sido assim desde a origem da companhia, que nasceu com o propósito de desenvolver um mercado até então inédito no Brasil: o da multimodalidade logística, por meio da combinação dos modais rodo e ferroviário, para o transporte de produtos em contêineres.
Nessa mais de uma década, a Brado ajudou a democratizar o uso da ferrovia, possibilitando o acesso para diferentes mercados que, tradicionalmente, só usavam rodovias. Esse processo de inclusão de novos clientes favoreceu a construção de uma economia de baixo carbono, ao oferecer uma solução logística que emite consideravelmente menos gases de efeito estufa.
Para desenvolver o RAS referente a 2021, a companhia conduziu seu primeiro processo de materialidade. Ou seja, fomos a campo consultar clientes, colaboradores, fornecedores e sociedade civil para estabelecer os temas mais estratégicos na nossa gestão da sustentabilidade.
Esse cuidado com o meio ambiente está na matriz da Brado e continua sendo um assunto prioritário. Desde 2019, estamos trabalhando em um projeto que tem como foco medir a emissão evitada de gases de efeito estufa dos nossos clientes. Como resultado, lançamos em 2021 o Green Log, uma calculadora de emissões de CO2. Entre janeiro e dezembro de 2021, nossos clientes deixaram de emitir mais de 254 mil toneladas de CO2 ao movimentarem seus produtos pela combinação dos modais de ferrovia e rodovia, o equivalente à emissão anual de aproximadamente 55 mil automóveis. Seriam necessárias mais de 1,8 milhão de árvores para absorver essa quantidade de carbono.
Cada vez mais a Brado amplia a atuação dessa logística mais limpa a novos mercados. Em 2021, transportamos mais de 87 mil contêineres aos principais mercados do mundo e a diversas regiões do Brasil. Nossos fluxos de exportação e importação, que levam e trazem cargas do interior do país até os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) e vice-versa, foi incrementado pela parceria com a Klabin e o TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá) para o escoamento da produção de papel e celulose de Ortigueira até Paranaguá, com capacidade para transportar mensalmente 125 mil toneladas dos produtos em contêineres.
Em meio aos desafios enfrentados pela falta de contêineres e o aumento dos fretes marítimos globais ocasionados pelo avanço substancial da demanda por e-commerce e o deslocamento dos ativos para as rotas China x Estados Unidos/União Europeia (consequências diretas da pandemia de Covid-19), a empresa registrou crescimento no atendimento ao mercado externo, especialmente no transporte de pluma de algodão, com aumento de 75% em comparação a 2020.
O impacto da pandemia na economia mundial e o fechamento de fronteiras também contribuíram para redirecionar o nosso foco para o cenário nacional. Em 2021, nos dedicamos a reestruturar a nossa estratégia de negócio para os próximos 10 anos e o nosso objetivo é ampliar a atuação no mercado interno brasileiro, realizando investimentos em infraestrutura e tecnologia. Somente neste ano, a previsão é crescer mais de 35% neste segmento com relação a 2021.
Nesse sentido, estamos trabalhando na abertura do corredor que vai atender, a partir de 2023, o fluxo de Anápolis (GO) para o Porto de Santos (SP), tanto nas operações de exportação quanto de importação, movimentando cargas de Goiás, do oeste da Bahia e do Tocantins.
* Marcelo Saraiva é CEO da Brado
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