Exame Logo

Marcelo Prata: o pré-sal do mercado imobiliário

Mercado carece de inovações digitais para democratizar a moradia para uma base de pessoas que até hoje só assistem os outros fazendo bons negócios

Mercado de imóveis precisa de mudanças (Shutterstock/Shutterstock)
B

Bússola

Publicado em 26 de outubro de 2022 às 19h00.

Última atualização em 26 de outubro de 2022 às 19h20.

No passado restrito a poucos compradores, o mercado de imóveis retomados apresenta, hoje, vendas mais acessíveis por meio de plataformas online. Ao ministrar palestras sobre esse perfil de imóvel e mostrar o funcionamento, eu sempre questiono aos participantes quantos ali conhecem o mercado de imóveis em leilão e a resposta é quase unânime.

Se de um lado todo mundo conhece esse mercado, sempre fico intrigado quando eu mudo a pergunta. "Bom, se quase todo mundo conhece, quantos de fato aqui já compraram imóveis em leilão?" É aí que sempre enxerguei quanto de potencial tem esse mercado, dado que somente alguns poucos na plateia levantam as mãos.

Veja também

Historicamente, a assimetria de informação ou a insegurança sobre o processo de compra afastou esse público desse mercado, o que vem mudando nos últimos anos. Se antes a única maneira para a aquisição desses imóveis era por meio de leilões, com baixa aderência do consumidor final leigo, atualmente a tecnologia facilita e aproxima esse comprador, que consegue visualizar, de forma prática, transparente e rápida, o passo a passo para compra desses imóveis em diversos  canais de venda.

Não sem motivos, portanto, sempre observei esses imóveis que antes estavam, por assim dizer, nas profundezas de editais muito formais ou nos diários oficiais com acesso somente de investidores experientes como o pré-sal do mercado imobiliário. A questão é que, assim como no pré-sal das reservas de petróleo, há a necessidade de tecnologia e uma visão diferenciada para trazer esses imóveis à superfície.

Isso significa democratizar o acesso a imóveis que antes somente eram encontrados em leilões. Não significa, no entanto, mudar toda a indústria, mas sim, criar um modelo de inclusividade, onde vários canais sejam utilizados para potencializar a oferta e, consequentemente, a compra desses imóveis, seja por meio de leiloeiros, corretores de imóveis ou via venda direta.

O impacto que a exploração desse pré-sal tem é enorme no mercado. Seja porque ele impacta diretamente os balanços das instituições financeiras, seja porque ele ajuda governos e grandes empresas na desmobilização do seu patrimônio. Contudo, os impactos se alastram por toda a economia uma vez que, ao estarem disponíveis para a venda, esses imóveis repaginam a vida econômica do entorno das localidades.

Eles geram emprego e renda com a prestação de serviços, a partir de reformas, por exemplo, evitando a depreciação e desvalorização de outros prédios e imóveis ao redor. Outra característica: o mercado de retomados é mais sustentável, contribui com a prática de ESG/Economia circular quando revisita o comportamento da cadeia de produção de novos imóveis.

Assim como ocorre no mercado imobiliário tradicional, a transformação digital é a grande mola propulsora do segmento de outlet de imóveis, ampliando, melhorando e democratizando moradia e investimentos de imóveis para uma base de pessoas que, até então, só assistam outros fazendo bons negócios e, a partir de agora, também podem surfar essa onda de boas oportunidades.

*Marcelo Prata é CEO da Resale

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

Veja também

Acompanhe tudo sobre:Inovaçãomercado-imobiliario

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Bússola

Mais na Exame