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Karine Silveira: o que a Fórmula 1 nos ensina sobre liderança corporativa?

Esporte é o terceiro mais consumido no Brasil, e pode nos dar lições de liderança para aplicar na rotina do trabalho

Ayrton Senna (Mike Hewitt/Getty Images)

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Publicado em 16 de julho de 2024 às 10h00.

Por Karine Silveira, diretora de pessoas e cofundadora da Impulso*

Sendo o terceiro esporte mais consumido no Brasil, de acordo com pesquisa recente da Opinion Box, a Fórmula 1 traz um turbilhão de sentimentos para a maioria de nós. 

Seja alegria, quando o nosso piloto favorito chega ao pódio; tristeza, como sentimos no momento em que Ayrton Senna nos deixou; ou até mesmo indignação, em ocasiões em que o condutor precisa recuar bem na linha de chegada. 

O fato é que todo esse universo cativante e enraizado em nossa cultura, além de promover emoções diferentes, pode nos ensinar muita coisa, inclusive lições de liderança para aplicar na rotina do trabalho.

Resiliência é a chave

A começar pela resiliência, algo que pode definir muito a nossa trajetória. Afinal, altos e baixos fazem parte não só da vida profissional, mas de diversos aspectos do nosso dia a dia. Algo que aprendi pessoalmente sendo fã de Fórmula 1. Quando Ayrton Senna se foi, fiquei desanimada e passei um longo período sem acompanhar as corridas. Só depois, aceitei essa realidade e fui retomando o gosto pelo esporte.

Isso também pode acontecer no ambiente profissional, pessoas boas podem deixar sua equipe, projetos podem dar errado e até mesmo clientes satisfeitos podem trocar a sua empresa pelo concorrente. E cabe à liderança saber quando é a hora de fazer uma pausa, respirar, assimilar o que está acontecendo para, então, decidir o exato instante de acelerar novamente. 

Inovação constante

No decorrer dos anos, a Fórmula 1 ficou cada vez mais dinâmica e segura. Podemos citar, por exemplo, os sistemas eletrônicos dos carros, que garantem a melhor dirigibilidade para os pilotos. Além disso, houve a adoção, no início dos anos 2000, do HANS (Hands and Neck Supports), dispositivo que se encaixa sob os ombros e a nuca do competidor, evitando que sofra impactos graves em acidentes.

No ambiente de trabalho, inovações também são importantes e capazes de levar a resultados extraordinários. Por esse motivo, líderes nunca podem se acomodar na zona de conforto. É preciso estar sempre atento ao que acontece em seu segmento de atuação e levar as melhores práticas do mercado para seus times. Garantindo equipes mais felizes, e assim, mais ágeis e com entregas melhores. 

Defesa de Causas

Nas empresas, assim como Lewis Hamilton, que une conquistas e representatividade nas pistas e fora dela, como o combate ao racismo, a defesa dos animais, o meio-ambiente e também a causa LGBTQIAP+, é essencial defender causas que vão além dos objetivos financeiros da empresa. É preciso acompanhar a evolução do mundo em questões sociais relevantes, como a diversidade e inclusão, sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e ética nos negócios. 

Assim como Hamilton utiliza sua visibilidade para promover mudanças positivas na sociedade, as empresas podem aproveitar sua influência e recursos para defender causas importantes e transformar o mundo em um lugar melhor. Essa postura não apenas fortalece a reputação da empresa, mas também atrai talentos, fideliza clientes e gera um impacto positivo em toda a na comunidade.

Diversidade de talentos

O líder precisa saber trabalhar com uma equipe diversa, conseguindo alocar cada talento em sua área de destaque. Comparando com a Fórmula 1, temos pilotos excelentes, como o Hamilton, Russell, Sainz e Verstappen. Se formos analisar, cada um tem um estilo de direção único, que colabora para um resultado final primoroso. Justamente o que acontece nas empresas, em que times diversos trazem perspectivas próprias e podem alcançar resultados ainda melhores.

A importância do suporte da equipe

Vale lembrar também que nas pistas ou negócios, ninguém vence sozinho. Assim como um piloto depende de uma equipe coesa e organizada para alcançar a vitória, um líder empresarial deve unir e orientar todas as suas pessoas em direção aos objetivos comuns. 

Reconhecer e valorizar o papel de cada membro da equipe, incentivando a colaboração e a comunicação eficaz, é fundamental para superar desafios e alcançar resultados significativos. Essa cultura de trabalho em equipe não apenas fortalece o desempenho da empresa, mas também promove um ambiente de confiança, motivação e realização pessoal para todos os envolvidos.

Incentivo às mulheres na pista

O F1 Academy me motiva a erguer a bandeira da representatividade feminina em todos os lugares. Diversidade de gênero não apenas enriquece a cultura organizacional, trazendo diferentes perspectivas e habilidades, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais inclusivo e inovador. 

Ao incentivar a presença igualitária de mulheres em cargos de liderança, oferecendo oportunidades de desenvolvimento e equidade nas  empresas. Não só demonstram comprometimento com a pauta, mas também se beneficiam do talento e da capacidade das profissionais femininas para impulsionar o sucesso e a sustentabilidade do negócio.

Por todas essas lições, concluo que ser fã de Fórmula 1 é uma aula contínua sobre liderança, superação e paixão. Mais do que um esporte, ela nos ensina valores importantes para a vida e o trabalho, capaz de nos  transformar em indivíduos melhores e mais preparados. E, assim como nas pistas, tudo bem derrapamos às vezes ou não alcançarmos o pódio, mas o importante é nunca abandonar a corrida, nem que seja preciso fazer adaptações durante o percurso.

*Karine Silveira é cofundadora da Impulso, people tech que, há 14 anos, orienta o aumento de capacidade e produtividade de médias e grandes empresas. 

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