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Jargões ESG: entenda a diferença entre net zero e carbono neutro

Marcas têm enfatizado o atingimento das metas de redução do impacto em seus produtos e serviços nas comunicações; saiba o que cada rótulo entrega

Expectativa é atingir US$ 100 bilhões em receita de créditos de carbono até o final desta década (Holloway/Getty Images)

Expectativa é atingir US$ 100 bilhões em receita de créditos de carbono até o final desta década (Holloway/Getty Images)

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Publicado em 19 de abril de 2022 às 13h45.

Última atualização em 19 de abril de 2022 às 15h34.

Em sintonia com o aumento do interesse dos consumidores por marcas sustentáveis, o número crescente de empresas assumindo metas de neutralidade de carbono já se reflete nos volumes negociados pelos mercados de carbono voluntários, que devem bater o recorde de US$ 1 bilhão em 2021, em franca evolução nos próximos anos. Só no Brasil, de acordo com o estudo que a WayCarbon realizou a pedido da ICC Brasil, a expectativa é chegar em até US$ 100 bilhões em receita de créditos de carbono até o final desta década.

Esse boom também tem impulsionado no volume de comunicados realizados pelas marcas para o público em relação às ações ESG, trazendo à tona novos jargões para o repertório do consumidor, que já se depara com ofertas de produtos carbono neutro ou net zero (balanço zero) nas embalagens dos produtos que consome, embora nem sempre esteja ciente do que esses nomes significam de fato.

Por se tratarem de abordagens relativamente recentes, é preciso estabelecer a diferença entre carbono neutro e net zero, pois, apesar de ambos preverem o fim de novas emissões à atmosfera, o net zero é ainda mais amplo.

A neutralidade de carbono corresponde à meta atingida por uma empresa de compensar todas as emissões produzidas por sua operação em um determinado período. Geralmente, a avaliação é feita uma vez ao ano.

Já para se tornar net zero, uma empresa precisa garantir a eliminação de emissões não somente de seu negócio (englobando o uso de eletricidade, calor e vapor), mas também considerar as emissões indiretas por toda a cadeia de valor em que está inserida, de fornecedores a clientes, o que torna o objetivo muito mais desafiador, contemplando três escopos de ação:

  • O escopo 1 cobre a eliminação das emissões pelas quais uma instituição é diretamente responsável;
  • O escopo 2 está relacionado às emissões indiretas, como a conta de luz, por exemplo;
  • O escopo 3 prevê a eliminação do que é gerado pela rede de fornecedores e clientes em razão da utilização dos produtos ou serviços de uma instituição.

Após eliminar as emissões desses três escopos, a empresa deve ainda compensar as emissões residuais, isto é, as que são impossíveis de eliminar da operação, por meio da compra de créditos de carbono devidamente certificados.

Há também a menção carbono negativo, aplicada quando a empresa vai além de atingir emissões net zero para criar um benefício ambiental, removendo emissões adicionais por meio de ações de compensação, e o carbon free, que corresponde à utilização de energia ou matéria-prima 100% limpa nas operações da empresa e é comumente utilizado como estratégia de eliminação de emissões complementar.

Claro que, para fazer valer essas ações, é imprescindível que as empresas abram as metodologias de diagnóstico, redução e compensação do impacto empreendidas por elas para o público no correto apontamento das atividades em seus relatórios socioambientais, integrando a transparência e a rastreabilidade a sua proposta de valor.

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