Infodemia digital. Ou quando a vacina é você
Perfis divulgadores de informação falsa são oficiais e têm contas verificadas
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2021 às 15h27.
Última atualização em 31 de maio de 2021 às 15h30.
Por Erica Abe*
Um estudo instigante publicado pela revista Big Data & Society mostra que a disseminação do novo coronavírus no mundo está relacionada à propagação de informações erradas, também conhecida como Infodemia Covid-19. A análise contempla 53 milhões de tweets e retweets postados por 12 milhões de usuários entre janeiro e outubro de 2020; e 37 milhões de posts públicos em 140 mil páginas e grupos no Facebook, todos nos Estados Unidos.
São vários apontamentos que merecem atenção. Um deles mostra que os principais publicadores de informações de baixa credibilidade possuem muitos seguidores, são oficiais e contas verificadas – e não robôs (também chamados de bots ). São os “super espalhadores”: perfis dedicados a difundir desinformação de forma coordenada nas redes.
Outro destaque é a visualização de conteúdo conforme a credibilidade nas duas plataformas: ao longo do tempo, cresce o volume de informações de maior credibilidade no Twitter (linha contínua) e o contrário acontece no Facebook (linha tracejada).
Outro achado interessante é a correlação entre a postagem de conteúdo e a taxa de hospitalização. Isso mesmo! Na figura abaixo, a linha tracejada mostra a quantidade de tweets analisados e a linha contínua, a taxa de hospitalização no mundo: o pico da pandemia praticamente coincide com o aumento da infodemia – e o pico das internações segue por algumas semanas.
Mas não se desespere, caro leitor. Se para enfrentar a pandemia de covid-19 é preciso esperar o desenvolvimento da ciência e a logística de distribuição, para combater a infodemia basta uma coisa: checagem de informação. E isso pode ser feito por qualquer pessoa, inclusive você.
*Érica Abeé diretora de Estratégia Digital da FSB Comunicação
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