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Gestão Sustentável na COP - Dia 3: Riqueza de vozes e atores pode acelerar ação climática 

No terceiro dia da COP30, exploramos como o conhecimento científico orienta as negociações climáticas

Johan Rockström lidera o Pavilhão da Ciência Planetária na COP30 (Global Climate Action Summit, Nikki Ritcher Photography/Wikimedia Commons)

Johan Rockström lidera o Pavilhão da Ciência Planetária na COP30 (Global Climate Action Summit, Nikki Ritcher Photography/Wikimedia Commons)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Diretor-geral da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 10h00.

Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 16h17.

O terceiro dia de COP30 começou com muitos comentários sobre o protesto realizado ontem, em que alguns manifestantes forçaram entrada na área restrita do evento, após a saída da grande maioria dos participantes.

Trata-se de uma das coisas que podem acontecer em ambientes com direito a livre manifestação. Como antecipamos, eram esperados protestos diversos, com seus possíveis desdobramentos em instantes de maior exaltação.

COP30 como espaço de participação múltipla

Pacificado o ponto da necessária manifestação da sociedade civil, destacamos hoje como a COP30 do clima vem se consolidando como um espaço de participação múltipla, em que diferentes atores — governos, empresas, sociedade civil e ciência — se aproximam para contribuir de maneira concreta.

Esse movimento de abertura é essencial.

O Pavilhão da Ciência Planetária e o papel da ciência

Um exemplo vem do Pavilhão da Ciência Planetária, liderado por Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam, e pelo climatologista brasileiro Carlos Nobre, referência mundial nos estudos sobre a Amazônia.

O grupo entregou à presidência da conferência um documento com recomendações da ciência para orientar as negociações em curso. Trata-se de uma contribuição que transcende o simbolismo: é um chamado à ação baseada em evidências, que aponta caminhos concretos para alinhar decisões políticas à realidade planetária.

Pontes entre conhecimento científico e diplomacia climática

Essa ponte entre conhecimento científico e diplomacia climática pode se tornar mais regular — e isso é uma boa notícia.

O mesmo vale para o crescente engajamento do setor privado, que começa a ganhar contornos mais estruturados. A iniciativa SB Cop, nascida de uma articulação da CNI, surge com o propósito de sistematizar e dar continuidade às contribuições empresariais para o processo multilateral.

Se bem conduzida, pode se tornar um canal perene de colaboração e influência positiva.

Desafios da ampliação de atores no processo decisório

Naturalmente, a ampliação de atores no processo decisório traz desafios.

É preciso aprimorar continuamente a governança, garantindo legitimidade, transparência e proteção contra iniciativas oportunistas que possam desvirtuar o espírito colaborativo.

Ainda assim, o saldo é positivo. Como lembram os cientistas do Pavilhão da Ciência Planetária, o cenário atual exige mais ambição, mais escala e mais convergência nas ações de impacto positivo.

Pluralidade e esperança

A crise climática é complexa demais para caber em poucas vozes.

É na pluralidade — e na capacidade de transformar conhecimento em política — que reside a esperança de avançar.

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