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Farm comemora plantio de meio milhão de árvores nativas

Com sucesso do programa de reflorestamento e diversas outras ações, a marca de roupa reafirma seu compromisso com a agenda da sustentabilidade

Marca pretende criar viveiro de mudas. (Farm/Divulgação)
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Bússola

Publicado em 27 de julho de 2022 às 15h00.

A ideia era plantar mil árvores diariamente. E deu certo. Em junho de 2022, a Farm recebeu o Prêmio Estratégia ODS Brasil 2022, na categoria Setor Privado, pelo programa de reflorestamento “Mil árvores por dia, todos os dias”. O reconhecimento pela coalizão Estratégia ODS (que reúne sociedade civil, setor privado, governos e academia para discutir a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil) é mais uma prova do compromisso da empresa carioca com a conservação do meio ambiente.

Segundo o seu mais recente relatório de sustentabilidade, em 2021, a Farm avançou “em todos os aspectos da Agenda ESG e ampliou sua compreensão sobre o que é ser “uma marca que cresce de mãos dadas com a sustentabilidade, a diversidade e a igualdade”.

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São exemplos de ações alinhadas à estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI) rumo a uma economia de baixo carbono, baseada em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal.

Sucesso

Por enquanto, o programa “Mil árvores por dia, todos os dias” é o grande destaque da agenda sustentável da Farm. A iniciativa articulada entre a marca no Brasil e a Farm Global foi lançada em setembro de 2020 e, no fim do ano passado, já celebrava 513 mil árvores plantadas em quatro biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Assim, a empresa garante ter reflorestado e recuperado mais de três milhões de metros quadrados de terras com 200 espécies de árvores nativas e reflexos no habitat de cerca de dois mil animais silvestres.

Para fazer isso, o programa de reflorestamento conta com parceiros de peso como a ONG One Tree Planted (que tem foco no reflorestamento global); a fundação holandesa Renature; a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS); o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam); a Fundação SOS Mata Atlântica; o Tedesco Ecopark; o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ); a ONG Assobio (para regenerar o Cerrado); a empresa Anjos do Sertão (para reflorestar o Piauí com mudas de caju); e o povo indígena Yawanawa.

Até o fim de 2022, a expectativa da Farm é alcançar a marca de um milhão de árvores plantadas por meio do programa. São ações como essa que reforçam a ideologia e a inspiração da empresa: celebrar a biodiversidade brasileira, traduzida em cores, texturas e cheiros.

Balanço

Em 2021, a receita bruta da Farm foi de quase R$ 900 milhões, com mais de 5,3 milhões de peças vendidas. Neste cenário, o relatório de sustentabilidade da marca oferece um resumo dos resultados da empresa com relação ao meio ambiente, naquele período: 10.724 toneladas de carbono compensadas; cerca de R$ 91 mil investidos na proteção da fauna silvestre; economia de sete milhões de litros de água na produção de jeans; e 21,9 toneladas de sobras têxteis doadas.

Já a Farm Global foi responsável por 2.439 toneladas de carbono compensadas por meio do carbon free shipping – expressão em inglês que significa, literalmente, transporte neutro em carbono, por meio de práticas que produzem zero de dióxido de carbono.

Do amanhã

O bem sucedido programa de reflorestamento “Mil árvores por dia, todos os dias” também levou ao lançamento do projeto “Árvores do Amanhã”, que pretende construir o primeiro viveiro de mudas para a arborização de áreas urbanas do Rio de Janeiro. A ação é uma parceria da Farm com a Fundação Parques e Jardins e a Secretaria do Meio Ambiente fluminense. Ao todo, dez mil mudas estão sendo cultivadas no viveiro da Fazenda Modelo, no bairro de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ao atingirem 1,5 metro de altura, as mudas serão plantadas na capital carioca.

“Mais do que novas mudas de árvores, estamos plantando, todos os dias, um futuro cada vez mais circular e responsável, devolvendo para a natureza boa parte da inspiração que ela nos traz”, afirma a diretora de criação da Farm, Katia Barros.

Carbono neutro

O plantio de novas mudas levou a marca a também neutralizar a emissão de gases de efeito estufa de toda a sua cadeia produtiva. Da criação das estampas até a entrega das peças, a Farm garante que, a partir de 2021, conseguiu compensar todas as suas emissões de CO2, tornando-se 100% carbono neutro.

Ainda nesse sentido, a empresa lançou recentemente a “Farm na nuvem”, sua primeira loja carbono neutro – um espaço virtual de 360 graus que simula a experiência de visitar uma loja física.

Ações integradas

"Fizemos a escolha de ter a sustentabilidade como fio condutor de todas as nossas ações e mergulhamos profundamente neste trabalho”, diz o head de Marketing da Farm, Diego Francisco, acrescentando que “cuidar do meio ambiente e das pessoas que movem o negócio serão os direcionais dos próximos anos".

De acordo com Francisco, a Farm recentemente subiu de posição no Índice de Transparência da Moda, relatório do movimento global Fashion Revolution. O documento analisou como 50 grandes marcas do mercado nacional têm disponibilizado informações sobre suas políticas, práticas e impactos sociais e ambientais em operações próprias e em suas cadeias de fornecimento. Além disso, a empresa está trabalhando para receber a Certificação como Empresa B, do Sistema B Brasil, que avalia o desempenho social e ambiental da empresa no curso de sua operação.

Responsabilidade

A Farm garante também que, a cada coleção lançada, cresce o percentual de seus produtos feitos com matéria-prima responsável. O Econyl, por exemplo, é um nylon 100% regenerado, feito de resíduos de oceanos e aterros. O material recebeu a globalmente reconhecida certificação Oeko-Tex – da International Association for Research and Testing in the Field of Textile Ecology (ou Associação Internacional para a Investigação e Análises no domínio da Ecologia Têxtil) –, que garante que não há nele produtos químicos nocivos para a pele e para o planeta.

Já o Re-Farm jeans – lançado em 2019 e uma das primeiras linhas da marca a adotar matéria-prima sustentável – é feito com algodão brasileiro responsável, cultivado sem necessidade de irrigação. Segundo a empresa, a produção do jeans Re-Farm consome uma quantidade menor de água e energia – na comparação com a produção comum de um jeans – porque, na lavagem industrial, são utilizados produtos químicos biodegradáveis por meio do processo Green Screen (certificação internacional).

Assim, em comparação com a fabricação comum de jeans, o impacto total do jeans Re-Farm, do lançamento até o final de 2021, foi o seguinte: na produção de 162 mil peças, foram utilizados menos 6 milhões de litros d’água e economizados 133 mil kWh de energia elétrica.

Circular

Para promover a circularidade, a Farm afirma estar investindo, desde 2016, em processos, parcerias e linhas que aproveitam tecidos em estoque. A logística reversa das peças também tem sido considerada. Para peças com defeitos, a marca aposta no upcycling, prática de dar novo propósito a materiais que seriam descartados.

Um dos parceiros deste esforço é a Rede Asta, negócio social que transforma sobras de tecido em matéria-prima para artesãs. Em 2021, foram 10 toneladas de sobras de tecidos doadas, beneficiando mais de uma centena de nano-empreendedoras da rede.

Outras parcerias são a Oficina Muda, empresa multimarcas de moda sustentável upcycling; o Re-Farm + Re-roupa, projeto que desenvolve coleções especiais a partir de sobras de peças e aviamentos; e o Enjoei, plataforma de produtos usados, que incentiva o consumo de segunda mão.

Outras ações

Desde 2019, a Farm tem parceria com o Instituto Vida Livre, que desenvolve projetos de reabilitação e preservação da fauna silvestre. Em 2021, a empresa doou mais de 27 mil reais para ações como soltura de 20 ararinhas maracanã e customização das caixas de soltura dos animais. Já uma parceria com a ONG Ampara Silvestre está focada em espécies ameaçadas, apoiando projetos de reintrodução para o equilíbrio da biodiversidade.

Em 2021, a Farm fez mais uma edição da sua semana Green Friday, que, desde 2018, destina recursos a causas ambientais. Na edição de 2018, os recursos foram voltados para ações de reflorestamento com as organizações SOS Mata Atlântica e Idesam. Em 2019, o projeto colaborou com ONGs que fazem ações de limpeza dos oceanos. Em 2020 e 2021, os recursos foram destinados ao reflorestamento, por meio do "Mil árvores por dia, todos os dias", para o plantio de banana, abacaxi e caju a partir de sistemas agroflorestais.

Diversidade

No guarda-chuva da sustentabilidade da Farm está também o projeto Re-Farm Cria, que pretende tornar a marca mais diversa. O edital do projeto foi lançado em parceria com o Instituto Precisa Ser, que visa fortalecer coletivos e organizações sem fins lucrativos em toda a cidade do Rio de Janeiro e em outras capitais brasileiras. A ação destinará 800 mil reais a iniciativas de jovens entre 15 e 29 anos que residem em territórios periféricos brasileiros, e os projetos deverão estar inseridos em um dos quatro eixos de ação: Criatividade, Educação, Equidade e Moda.

Ao todo, mais de 300 projetos inscritos, de todas as regiões do país, foram contemplados. Entre os selecionados, estão um projeto de curso formativo sobre o vestir indígena em Goiás e uma roda de informação e oficinas para gestantes no subúrbio do Rio de Janeiro. Também estão contemplados um festival de rap em Natal; uma revista com foco em narrativas comportamentais voltadas ao público negro e LGBTQIA+ de São Paulo; e uma oficina de fotografia em Brasília.

Três perguntas para Diego Francisco, head de Marketing da Farm

Bússola: Quando fundada, a Farm já pretendia levar adiante práticas referentes à maior sustentabilidade da produção e comercialização de seus produtos?

Diego Francisco: A Farm foi fundada em 1998 e grande parte das discussões que se seguiram sobre sustentabilidade também acompanharam o crescimento da marca. Temos um marco especial, a partir de 2016, em que mergulhamos para entendermos a nossa cadeia de produção; aprimorarmos a utilização de matérias-primas mais responsáveis e elencarmos as prioridades de uma virada que fosse significativa e profunda. Estabelecemos metas internas e fomos ampliando nossa rede de contatos. Criamos projetos para a gestão de resíduos, a auditoria e a regularização de toda a cadeia de produção; inserimos as matérias- primas certificadas.

Bússola: Pode-se dizer que as ações de sustentabilidade da Farm são intrinsecamente brasileiras, seguindo a ideia de brasilidade que a marca apresenta ao mundo, ou são universalmente aplicáveis?

Diego Francisco: Adotamos práticas reconhecidas internacionalmente e buscamos parcerias em nível global. Em nossa operação internacional, cada compra produz o plantio de uma árvore, a compensação via créditos de carbono também é uma iniciativa internacional, assim como o plantio – mas não podíamos deixar de fora a nossa brasilidade. No último ano, plantamos – por meio de sistemas agroflorestais – banana em parceria com o povo Yawanawa; caju no sertão do Piauí, com o apoio da organização Anjos do Sertão; e abacaxi, em parceria com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, o Idesam, no Norte do país.

Bússola: Que caminhos a empresa sinaliza para a indústria brasileira em termos de evolução rumo a um mundo mais social e ambientalmente responsável?

Diego Francisco: Sustentabilidade deve ser um dos pilares de qualquer negócio e, uma vez que fazemos desta escolha uma prioridade, este é um caminho imensamente profundo e prazeroso. Temos orgulho de melhorar nossos índices a cada ano, conhecendo-nos mais e acessando novas formas de fazer.

Este artigo é uma publicação conjunta entre Bússola e Indústria Verde

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