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Fábricas inteligentes: como encurtar distância entre mundo físico e o digital

Setor de manufatura adota apenas 33% de tecnologias de ponta em seus processos, aponta estudo da CNI

Fábrica inteligente é resultado direto da aplicação da revolução 4.0 na indústria. (iStock/Abril Branded Content)
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Bússola

Publicado em 27 de julho de 2022 às 13h00.

Por Waldir Bertolino*

A jornada para o mundo digital deixou de fazer parte de um grupo restrito de empresas e entrou definitivamente no radar de companhias de diferentes segmentos e portes. Apesar disso, uma boa parte das organizações ainda sente dificuldade para transformar esse objetivo em realidade e a maioria utiliza uma baixa quantidade de tecnologias digitais, indicando que ainda estamos em uma fase inicial do processo de digitalização.

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Essa é uma das principais conclusões do levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o estudo Especial Indústria 4.0: Cinco Anos Depois, sete em cada dez empresas no Brasil usam tecnologias digitais como meio de modernização do seu parque industrial. Em 2017, esse índice não passava da metade. Porém, a manufatura, um dos setores com maior poder de otimizar a produção e estimular a economia no país, emprega apenas 33% de tecnologias de ponta em seus processos.

É possível afirmar que a falta de mão de obra qualificada e especializada, baixo investimento, falta de clareza sobre o retorno financeiro, ausência de uma cultura de inovação e dificuldade para integração de diferentes plataformas e áreas, são alguns dos principais obstáculos para alavancar o verdadeiro potencial da Indústria 4.0 no Brasil. Embora o desafio seja grande, eu reitero que implementação desse conceito nas indústrias é plenamente possível, mas requer foco e conhecimento para priorizar as estratégias mais adequadas para encurtar a distância que há entre mundo físico e digital.

Confira abaixo algumas recomendações que considero fundamentais para ajudar os líderes na missão de tornar uma fábrica inteligente e autônoma.

Migrar a gestão dos negócios para a nuvem

Os clientes exigem cada vez mais produtos altamente personalizados, bem como uma experiência única de compra. Isso obriga que as empresas de manufatura adotem soluções baseadas em nuvem para tornar seus processos ágeis a fim de otimizar a produção e atender a demanda com maior rapidez e flexibilidade.

Produção enxuta

A necessidade de reduzir custos e aumentar a eficiência do transporte de mercadorias, bem como impulsionar uma produção sustentável levam as organizações a redesenhar o seu modelo de negócios buscando o benefício de uma fabricação enxuta.  Com apoio de tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT), é possível atingir esse objetivo construindo plantas industriais menores, mais autônomas e próximas dos consumidores finais.

Visibilidade end-to-end

Decisões inteligentes exigem visibilidade de ponta a ponta sobre todos os envolvidos do ecossistema, incluindo fornecedores, parceiros e de todas as áreas da manufatura, desde compras até operacional. Uma visão global permite criar uma cadeia de suprimentos conectada e maior autonomia sobre a gestão de estoques, além de oferecer aos gestores a possibilidade de responder a interrupções de maneira ágil e eficiente, sempre baseado em insights precisos.

Otimizar o trabalho da equipe

Fábrica inteligente é o resultado direto da aplicação da revolução 4.0 na indústria. Uma instalação industrial que usa tecnologias como inteligência artificial, IoT e robótica para ajudar as empresas no seu processo de fabricação e tornar o chão de fábrica um ambiente híbrido em que a força de trabalho humano possa exercer tarefas que exigem maior discernimento e reflexão. Deixando assim os processos de manufatura mais ágeis e autônomos.

Ainda que a adversidade seja grande, é necessário fazer a lição de casa para manter-se relevante em um mercado cada vez mais complexo e exigente. Investir em novas tecnologias é primordial, mas é preciso identificar quais são as melhores estratégias para entrar de vez na era da Indústria 4.0. Chegou a hora de dar o primeiro passo.

*Waldir Bertolino é country manager da Infor no Brasil

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