Geração Z é a potência cultural e econômica emergente no cenário do varejo de hoje (Arte/Exame)
Bússola
Publicado em 1 de abril de 2022 às 18h00.
Última atualização em 1 de abril de 2022 às 18h20.
Por Marco Beczkowski*
Na última década, as marcas enfrentaram o desafio de gerenciar a própria transformação online, ao mesmo tempo em que lutaram para atender as necessidades de uma geração millennial cada vez mais experiente no meio digital. Nos últimos anos, no entanto, ela começa a ser substituída em termos de poder de compra. Agora, as empresas precisam se preparar para as mudanças lideradas por jovens na faixa etária de 11 a 24 anos, conhecidos como geração Z ou zoomers.
Geração omnichannel
Talvez outra denominação adequada para a geração Z seja geração omnichannel, já que ela é a primeira a estar nas ruas e nas plataformas de mídia social em igual medida. Este grupo está preparado para fazer compras onde e quando quiser, sem preferência quanto ao dispositivo que utiliza.
De acordo com um artigo recente da Vogue, a geração Z tem 56% mais probabilidade de ter comprado artigos de moda na loja física nos últimos três meses e 38% mais probabilidade de ter comprado online no mesmo período. Eles têm preferência por itens de alta qualidade e estão ansiosos para permanecer por dentro das tendências culturais.
Essa escolha aponta também alguns indicadores-chave de gastos geracionais: os zoomers são mais conscientes sobre o planeta e o futuro. Uma pesquisa da McKinsey no Brasil indica quatro comportamentos essenciais da geração Z: os consumidores valorizam a expressão individual e evitam rótulos, tomam decisões e se relacionam de uma forma altamente analítica e pragmática, acreditam no diálogo como forma de resolver conflitos e melhorar o mundo, e se mobilizam por uma variedade de causas.
Podemos ler esse comportamento como um indício de que os jovens são mais propensos a se associar a marcas que correspondam aos seus próprios valores fundamentais de sustentabilidade, ambientalismo e igualdade. E eles são os mais recentes a entrar no mercado de trabalho e terão forte poder de compra na próxima década, o que significa que as empresas precisam conquistar um lugar em suas carteiras.
Abraçando novas formas de pagamento
De acordo com o PayPal, 22% dos zoomers usaram soluções “compre agora, pague depois” (BNPL) desde o início da pandemia para comprar produtos mais caros e de maior qualidade. Nesse mesmo período, 123% mais zoomers usaram BNPL do que anteriormente, representando a maior aceitação de qualquer geração. Em abril de 2021, 33% dos entrevistados da geração Z disseram que provavelmente usariam soluções BNPL no futuro também.
Além disso, a geração Z passou a adotar opções de pagamento móvel, como aplicativos e carteiras eletrônicas, mais rapidamente que qualquer outro grupo. Essa expectativa de poder escolher como pagar é algo que permeia os hábitos de consumo da geração Z, o que significa que as tecnologias tradicionais de pagamento e ponto de venda precisam acompanhar e oferecer diferentes opções.
Uma janela para o futuro
Se olharmos para o futuro, além da faixa etária da geração Z, a geração Alfa e as subsequentes se mostrarão ainda mais experientes digitalmente. Portanto, o ciclo de reinvenção do varejo provavelmente terá que começar de novo daqui a 20 anos.
A chave para o sucesso das marcas confrontadas por essa sequência contínua de progresso é ser ágil o suficiente para não apenas introduzir diferentes opções de comércio digital, mas também ter os recursos de omnicanalidade necessários para atender as expectativas desses novos grupos.
A geração Z é a potência cultural e econômica emergente no cenário do varejo de hoje e continuará a impulsionar mudanças culturais e hábitos de gastos em muitos níveis nas próximas duas décadas.
Embora a força total de compra ainda não tenha atingido os varejistas, a corrida para atender às expectativas futuras dos consumidores da geração Z está em andamento. O sucesso das marcas nas próximas duas décadas não será apenas baseado na compreensão do quê, como e de quem os zoomers provavelmente comprarão, mas também nas habilidades do varejista para executar experiências de omnicanalidade com a tecnologia certa nas lojas e cadeias de suprimentos.
*Marco Beczkowski é diretor de vendas e CS da Manhattan Associates Brasil
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