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E-commerce: seu negócio é acessível para quem?

Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com algum tipo de deficiência, por isso, a acessibilidade de seu site ou marketplace deve ser prioridade

Sem fiscalização adequada, poucos espaços digitais são acessíveis (Getty Images/Getty Images)

Sem fiscalização adequada, poucos espaços digitais são acessíveis (Getty Images/Getty Images)

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Publicado em 2 de setembro de 2021 às 15h41.

Última atualização em 2 de setembro de 2021 às 16h20.

Por Andrea Fernandes*

O que você oferece ao seu cliente no seu e-commerce? Bons preços, variedade de produtos, frete interessante, facilidade na hora de fazer uma troca ou devolução?

E a arquitetura de seu site ou marketplace, é bem-feita? A experiência do usuário é redonda, com navegação otimizada e intuitiva?

A maioria dos leitores dessa coluna que trabalham com e-commerce deve responder a todas as perguntas com facilidade.

Agora, faço outra.

Seu negócio é acessível?

Vocês já devem ter percebido que o espírito olímpico toma conta de mim de quatro em quatro anos. Na verdade, de dois em dois, já que também gosto dos Jogos de Inverno. Há anos conheço o Pedro Chiamulera e adoro ver como a filosofia olímpica pode ser benéfica para o mundo dos negócios.

Os Jogos Olímpicos acabaram há algumas semanas, e agora, estamos acompanhando de perto as disputas paralímpicas (aliás, o Brasil tem dado show. Nem vou citar o número de medalhas. Com certeza do tempo em que escrevo este texto até a publicação, teremos novas vitórias brasileiras, tamanho sucesso dos nossos atletas).

Além de reunir os grandes nomes do esporte mundial e nos trazer muitas alegrias, os Jogos Paralímpicos também jogam luz a uma realidade, por vezes esquecida: segundo as Nações Unidas, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com algum tipo de deficiência.

Os números do Brasil estão bem desatualizados, até porque não tivemos censo, então só temos estimativas. De acordo com a pesquisa do IBGE em 2010, do total da população brasileira, 23,9% (45,6 milhões de pessoas) declararam ter algum tipo de deficiência. Entre as deficiências declaradas, a mais comum foi a visual, atingindo 3,5% da população.

Fora do mundo digital, a inclusão de pessoas com deficiência é lei, que foi homologada em 2000 e é conhecida por lei de acessibilidade. As normas obrigam estabelecimentos de diversos segmentos a se adequarem para atender com conforto e dignidade esse grupo de clientes.

Desde 2004, um decreto federal torna obrigatório que todos os portais e sites dos órgãos da administração pública atendam a padrões de acessibilidade digital. Já em 2015, foi sancionada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que torna obrigatória a acessibilidade nos sites da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no Brasil ou por órgãos de governo.

A verdade é que, sem fiscalização, pouco se faz para tornar sites e aplicativos inclusivos. Recentemente, nossa equipe de desenvolvedores se debruçou para tornar nossas plataformas acessíveis e encontrou algumas ferramentas que podem facilitar o processo de adaptação.

O governo federal tem um trabalho interessante e gratuito na área, o VLibras, que traduz conteúdos digitais (texto, áudio e vídeo) em português para libras, tornando computadores, celulares e plataformas web mais acessíveis para as pessoas com deficiência auditiva.

A suíte VLibras é um conjunto de ferramentas gratuitas e de código aberto com fácil integração nos sites e aplicativos, com mais de 100.000 traduções realizadas todos os dias e 70.000 frases treinadas por inteligência artificial.

Existe um portal com diferentes ferramentas que ajudam, não só na avaliação do que pode ser feito no seu site, como traz algumas soluções. Você pode acessar aqui.

O Hand Talk também oferece uma solução para tradução de libras e todos os anos eles promovem o Summit de Acessibilidade Digital, com palestras e discussões com e para pessoas que trabalham com o tema. Recomendo o canal do YouTube deles com uma série de conteúdos legais.

Ter um ambiente digital acessível é tão importante quanto trazer bons preços, cupons, um frete interessante e diferentes formas de pagamento. Deveria estar no topo das prioridades oferecer uma experiência inclusiva – então, faço um convite (tive essa ideia enquanto escrevia e já acionei meu time para pensar nisso).

Vamos fazer isso juntos? Lanço aqui a ideia de juntar todo mundo que conheço no e-commerce para, após a Black Friday, conversarmos sobre acessibilidade digital. Quem sabe um webinar, um seminário, ou eventos. Mostrar iniciativas legais que acontecem e tudo que ainda pode ser feito para tornar o nosso e-commerce justo.

Juntos, vamos mais longe. Trago novidades.

*Andrea Fernandes é CEO do T.Group

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