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Dinheiro na política é tempestade; que o diga o Orçamento

Com a CPI da Covid, presidente sentiu o frio da navalha se aproximando, mas fica entre brigar com o Congresso e estourar o teto dos gastos

(Carolina Antunes/PR/Flickr)

Mariana Martucci

Publicado em 9 de abril de 2021 às 19h11.

Dinheiro na mão é vendaval… mas em política pode ser tempestade. Vide a briga em torno do Orçamento Geral da União (OGU) deste ano. Alegações de deslealdade, falta de cumprimento de acordos, trapaças e traições, no Congresso Nacional e no governo federal.

Os políticos têm instinto de sobrevivência e, muitas vezes, caminham à beira do abismo para conseguir mais quatro anos… Em 2022, deputados e um terço dos senadores renovarão seus mandatos. O tempo para fazer entregas para suas bases eleitorais está se esgotando.

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É por isso que lutam para colocar mais dinheiro no OGU de 2021. Querem furar teto, cancelar despesas obrigatórias, retirar recursos de militares… vale tudo para conseguir mais uma emenda paroquial.

Só que algumas dessas mexidas podem colocar em risco o mandato de quem sanciona a lei orçamentária, e que depois a executa. O presidente Jair Bolsonaro não quer ter o mesmo destino de Dilma Rousseff.

E se o roteiro já tinha fortes emoções, ganhou ainda dramaticidade com a determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, para que o Senado instale a CPI da Covid. É mais uma faca que pode ser usada contra o pescoço do presidente, que sentiu o frio da navalha se aproximando e gritou em alto e bom som para dar o alerta e reunir sua tropa.

O problema é que, se brigar com o Congresso, a CPI pode pegar; se o Orçamento estourar, o teto a ruir pode ser do Palácio do Planalto…

* Márcio de Freitas é analista Político da FSB Comunicação.

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