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Como os relatórios de sustentabilidade ajudam no posicionamento

Em um cenário de avanço da jornada ESG, documento deve ser olhado como uma poderosa ferramenta estratégica de posicionamento

Relatório de Sustentabilidade passa a ter um papel fundamental no disclosure de informações ESG e, portanto, pode ser colocado no centro do palco (Leo Correa/Glow Media/AP)
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Bússola

Publicado em 18 de abril de 2022 às 17h45.

Por Marina Carlini*

Temos visto, no foco de muitas discussões, os aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG, da sigla em inglês) passarem a ser considerados essenciais nas análises de riscos e nas decisões de compra e investimentos. E, em cima desse debate, quero trazer um viés complementar: de como este novo cenário demanda uma maior estruturação e robustez na comunicação de ações pelas empresas, e como, nesse sentido, o Relatório de Sustentabilidade passa a ter um papel fundamental no disclosure de informações ESG e, portanto, pode (e deve) ser colocado no centro do palco.

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Uma pesquisa realizada pela KPMG, no ano passado, apontou que 80 das cem maiores companhias mundiais (em receita, ao redor de 52 países) elaboram relatórios de sustentabilidade — índice que chegou a 85% entre as organizações brasileiras. E que aumentou substancialmente quando comparamos com 1993, ano em que o estudo foi divulgado pela primeira vez, e no qual apenas 12% das empresas mundiais publicavam o documento.

Ainda segundo a pesquisa, a perspectiva para os próximos anos é de aprimoramento da qualidade, muito como resposta a uma série de iniciativas internacionais que têm como objetivo estabelecer padrões convergentes para esse tipo de relatório. E digo que, isso acontecendo, enquanto empresas e sociedade só teremos ganhos.

Sem dúvidas, essa trajetória de “enriquecimento” tem sido impactada cada vez mais pela necessidade de transparência, junto ao olhar atento de investidores e da sociedade e o maior engajamento da alta liderança nas empresas. Mas também temos visto mais. O relatório sendo tratado além de um documento de “prestação de contas” e cumprindo um papel estratégico de comunicação, já que ele fornece informações que vão balizar tomadas de decisão de diferentes stakeholders e, também, contribuir para o rankeamento em diferentes índices e ratings de mercado. E é aí que eu mais vejo valor, como profissional que atua há 15 anos nesta área de sustentabilidade.

Mais do que avaliar o desempenho de uma organização nos assuntos que são mais materiais para a instituição e os seus stakeholders e “prestar contas”, o relatório também impacta diretamente no aperfeiçoamento de políticas e iniciativas.

Ajuda a companhia a transmitir informações sobre sua atuação, conquistas e desafios, aferir desempenho, gerir mudanças e, inclusive, se comparar com outras organizações no seu setor de atuação ou a outras empresas que são benchmarking em diferentes frentes — contribuindo diretamente para uma jornada de evolução.

E quando precisamos garantir que isso também seja uma realidade para uma holding?  Recentemente, conduzi a elaboração do 15º relatório de sustentabilidade da minha carreira — mas o primeiro à frente da área de ESG da Cosan. E ouso dizer (até pelos pontos que coloquei acima) que talvez tenha sido o mais desafiador até aqui.

Na holding, temos negócios diversificados, com cada uma das empresas contando com estrutura de governança própria, de modo que possam atuar com autonomia. Então, ao mesmo tempo em que se é preciso refletir da melhor forma, no documento, a essência da cultura e da identidade do grupo, temos que expressar como a Cosan consegue influenciar sobre temas transversais (como os aspectos ESG) e unificar um portfólio que gera e compartilha valor (em sua cadeia de valor e ao redor dela), e tem impactos positivos econômicos, sociais e ambientais. Foi uma dinâmica desafiadora. Mas que adorei conduzir junto ao time nesta elaboração — e com o apoio das mais diversas áreas da holding e dos negócios.

Relatório divulgado, considero que o trabalho foi concluído com sucesso.

E quando digo “concluído”, estou falando da divulgação do documento. Porque, por aqui, o relatório segue no centro do palco — como um instrumento estratégico que nos possibilita dialogar com nossos públicos e, sem dúvidas, implantar um processo de melhoria contínua do desempenho da Cosan rumo ao desenvolvimento sustentável.

Que essa seja uma jornada de tantas outras empresas. Todos só temos a ganhar.

*Marina Carlini é gerente executiva de ESG e Comunicação Externa da Cosan

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