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Carlos Guilherme Nosé: Respeite seu Futuro Hoje!

Vamos parar e ouvir um pouco os mais velhos, eles têm muito para contar!

Ouça os seus pais, seus avós (10'000 Hours/Getty Images)

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Publicado em 6 de abril de 2023 às 11h00.

Lá pelos anos de 2010, estava conversando com um grande amigo, advogado de renome, quando falávamos sobre um episódio lá do condomínio em que morávamos, de um garoto que desrespeitou uma pessoa mais velha. Ele me falou uma frase que me marcou e foi mais ou menos assim: “Desrespeitar uma pessoa mais velha é ser injusto com você mesmo amanhã!”. E olha que nessa época falava-se pouco de etarismo, mas isso me marcou, talvez, porque eu sempre fui ensinado pelos meus pais a respeitar e admirar os mais velhos.  

Amava ouvir as histórias curiosas do meu avô, como ele pegava o bonde para ir para o Centro da cidade, como ele contava a história do pai dele ser radiotelegrafista, profissão que nem existe mais há uns 40 anos pelo menos, como conseguiu criar os três filhos tendo um emprego e fazendo uns bicos à noite. Eu conseguia admirar os valores que ele tinha, a ética, a moral, a garra e o apreço pelo trabalho.  

Quando eu vi um vídeo que circulou nas redes sociais, neste último mês, com três garotas universitárias, debochando de uma aluna que tinha mais de 40 anos, me dá até dor de estômago. Fico reflexivo: Onde a humanidade se perdeu? Vale tudo para ser pseudo famosa? Você fere moralmente uma pessoa para ter cinco minutos de holofote? Jura que você vai gastar sua vida com isso?    

Voltando à frase do meu amigo, quando falamos de etarismo no mundo corporativo é um tema muito sério. Por que temos que rotular as pessoas pela data de certidão de nascimento? Será que com tanta tecnologia e com tantas avaliações de perfis, aqui falo com propriedade porque é a área em que atuou, não conseguimos provar que muitas vezes uma pessoa de 67 anos pode ser mais eficiente que a de 25? Ou a de 40? O que importa é a idade da alma! O que importa é o quanto a pessoa tem de capacidade de se atualizar, de contribuir, de dar ideias, de usar sua experiência em momentos de crise para “colocar a bola no chão” e ter calma para decidir. O que vale é se fazer necessário, é ser útil, sagaz, criativo, adaptável, colaborativo e respeitoso com as pessoas, coisa na qual as meninas do vídeo certamente já saíram perdendo.  

Aquele ciclo da vida de estudar os primeiros 25 anos, trabalhar os próximos 40 e depois descansar, acabou! Sinto lhes informar, amigos, das gerações X em diante, teremos que fazer um pé de meia muito bom ou trabalhar muito além dos 65 anos! E que ótimo! Trabalho é parte inerente de nossas vidas, precisamos nos sentir produtivos, úteis a alguém, ativos, vibrantes e vivos.  

Portanto, reflita sobre a sua posição acerca do tema. Veja o quanto você está sendo justo e respeitoso com você mesmo daqui a 20 ou 30 anos. Pense que cada idade tem seu valor e contribuição. O segredo é saber aproveitá-las a cada momento.  

E concluindo sem fazer qualquer julgamento de valores, dentro do que se discute hoje sobre D&I e grupos sub-representados, todos nós, homens, mulheres, brancos, negros, LGBTQIA+ e PCDs, seremos idosos um dia! Eu espero chegar lá, sim, porque só não chega aos 60+ quem morre mais cedo.  

*Carlos Guilherme Nosé é CEO e sócio da FESA Group  

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