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BS2 opera 80% do time de desenvolvedores composto 80% por mulheres

Banco, cujos colaboradores são judeus ortodoxos, aposta na contratatação de mulheres para promover ambientes "orthodoxy friendly"

Time da BS2 é alocado em Jerusalém (BS2/Divulgação)
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Publicado em 30 de março de 2023 às 16h00.

Desenvolvedoras mulheres são a maioria do time do BS2 na área de tecnologia, alocada em Jerusalém. Elas ocupam 80% dessas posições. É um indicador incomum para os departamentos de TI de companhias tanto no Brasil quanto por lá.

Em Israel, todos os colaboradores BS2 são judeus ortodoxos. Isso significa que cumprem os preceitos religiosos com rigor. Nesse sentido, acolher essa vertente do judaísmo é fundamental para promover um ambiente orthodoxy friendly, termo que Shmuel Kalmus, CTO do banco, utiliza e tem orgulho de dizer.

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Um dos costumes da comunidade ortodoxa é incentivar os homens a se dedicarem ao estudo religioso, enquanto as mulheres se dedicam a sua carreira profissional.

Yael Horowitz é head de Pessoas e Cultura no BS2 em Israel. Nasceu em Jerusalém, mas é filha de brasileiros. Ela tem sido uma das peças-chave para garantir a integração entre os times das operações brasileiras e israelenses – apesar da distância física, linguística e de costumes em geral. Outro grande desafio, no entanto, é local.

Segundo Yael, o mercado superaquecido de tecnologia por lá pode ser hostil para as mulheres da comunidade ortodoxa, que, pela tradição dos costumes, possuem pouco contato com homens de fora de suas famílias.

Promover um ambiente amigável para essa vertente diferencia o BS2 em relação às demais empresas de tecnologia israelense e incentiva a atração de profissionais mulheres para ocuparem esses cargos. De acordo com ela, há uma procura cada dia maior de judias ortodoxas querendo fazer parte do time BS2.  “O banco apoia meu estilo de vida do qual tenho orgulho e me incentiva a ser a provedora da minha família”, diz Yael.

“Essa proposta causou uma movimentação ímpar na área de talentos à medida que registramos dezenas de pedidos por mês para trabalhar no BS2, a maioria delas ortodoxas que ouviram falar bem do banco, pois as permite conciliar sua cultura com seu trabalho”, diz.

Na promoção de um ambiente orthodoxy friendly, mulheres e homens ocupam espaços de trabalho separados no escritório, a remuneração está em linha com a prática de mercado local, as trabalhadoras fazem reuniões diárias por 15 minutos sobre estudos religiosos e há um rabino compartilhando seus conhecimentos religiosos com todos do time.

No BS2, há um compromisso concreto em promover um ambiente cada dia mais acolhedor para as diferenças. Nesse sentido, está sendo implantado um programa de diversidade e inclusão, nomeado Todos BS2, com suporte de uma consultoria especializada. Nesse primeiro momento, será trabalhado o letramento por meio de treinamentos para as lideranças, além de uma base de dados para geração de indicadores. A partir de então, serão estabelecidas metas para 2024.

Patricia Braga, superintendente de Pessoas e Cultura do Banco BS2, é quem lidera a área. Além de trabalhar à frente do programa, também viabilizou junto a outras áreas do banco uma série de ações para promover a integração entre o time de Israel e o brasileiro.

“É incrível ver como aprendemos com eles e eles conosco", diz Patrícia. “O programa de integração internacional foi executado de maneira tão eficaz e ponderada que, hoje em dia, as diferenças, na verdade, nos unem.”

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