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Briquete, um material que pode reduzir em até 10% as emissões de carbono na produção do aço

Compreendendo o papel da mineração no processo de descarbonização, a Vale investiu R$1,2 bilhão em iniciativa que irá produzir 2,5 milhões de toneladas do material

Exemplo de briquete (Vale/Divulgação)
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Publicado em 19 de dezembro de 2023 às 15h20.

A neoindustrialização, transição do setor industrial para uma economia de baixo carbono, apresenta desafios e grandes oportunidades ao Brasil. Estudo recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que serão necessários cerca de R$40 bilhões até 2050 para descarbonizar a indústria brasileira.

Para continuar gerando valor em uma economia de baixo carbono, é imprescindível investir em tecnologia e inovação, sobretudo em segmentos de difícil descarbonização. É o caso da siderurgia, a principal consumidora do minério de ferro, que é hoje responsável por 8% das emissões globais. Neste contexto, a mineração é peça-chave para a descarbonização global.

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A Vale investe em tecnologia e pesquisa há décadas para elaborar produtos que reduzam a pegada de carbono. Em meados de dezembro, a companhia inaugurou, na Unidade Tubarão, em Vitória, Espírito Santo, a primeira usina de briquete do mundo, um aglomerado de minério de ferro de alta qualidade que reduz em até 10% as emissões de carbono na produção do aço.

Em 2024, Tubarão receberá mais uma planta e as duas vão produzir cerca de 2,5 milhões de toneladas, com crescimento gradativo até atingir 6 milhões anualmente. A Vale investiu R$1,2 bilhão na iniciativa, que gerou 2.300 empregos no pico das obras.

Vantagens do briquete

“Estamos oferecendo um produto que apoiará nossos clientes, os fabricantes de aço, a se adequarem às metas de redução de emissões que estão sendo adotadas por governos em todo o mundo, contribuindo para o combate à mudança climática. Além disso, estamos induzindo a neoindustrialização do Brasil, que será baseada na indústria de baixo carbono, e cumprindo mais uma vez a vocação da Vale de âncora do desenvolvimento regional”, afirma o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo.

Mais de 30 empresas já demonstraram interesse em receber carregamentos no ano que vem, garantindo a demanda por mais de um ano. Os briquetes integram a estratégia global da Vale de reduzir em 15% as emissões de toda a cadeia de valor até 2035

Desafios e oportunidades

Atualmente, apenas regiões com abundância de gás natural a preços competitivos, como é o caso do Oriente Médio e da América do Norte, têm condições de usar gás natural para alimentar os fornos de redução direta, onde é produzido o HBI, insumo importante para a produção de aço no forno elétrico a arco. Essa é uma rota siderúrgica que proporciona ganhos significativos na redução de emissões de CO2 em relação à rota tradicional de alto-forno.

Para ajudar nessa jornada de produção de aço por meio de forno elétrico, a Vale fechou acordos com a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Sultanato de Omã para a criação dos Mega Hubs, grandes complexos industriais destinados à produção de HBI.

Hidrogênio verde

No futuro, quando o hidrogênio verde estiver disponível, será possível substituir o gás e fabricar o aço verde, livre de emissões de carbono, usando o HBI produzido a partir dos briquetes, ressalta Bartolomeo. “O Brasil tem uma grande oportunidade, graças à matriz elétrica renovável, para liderar a produção de hidrogênio verde no mundo”, diz Bartolomeo. Recentemente, a Vale anunciou um acordo com a fabricante de aço verde sueca H2 Green Steel para estudar o desenvolvimento de Mega Hubs e a produção de hidrogênio verde no Brasil e nos Estados Unidos.

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