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3 perguntas de ESG para Mariana Oiticica, do BTG Pactual

Co-Head de ESG e Investimento de Impacto do banco diz que o Brasil tem a natureza e a tecnologia como aliadas para ser referência em negócios sustentáveis

Webinar que aconteceu nesta quarta-feira debateu meios para combinar crescimento e preservação (Roman Synkevych/Divulgação)

Webinar que aconteceu nesta quarta-feira debateu meios para combinar crescimento e preservação (Roman Synkevych/Divulgação)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 6 de dezembro de 2020 às 15h05.

Última atualização em 15 de abril de 2021 às 13h59.

1. Quais foram as principais iniciativas de ESG do BTG em 2020?

Esse foi um ano importante para a área de ESG & Impact Investing, pois lançamos nossa divisão de “Sustainable and Impact Investing” em janeiro, com o principal objetivo de funcionar como uma área satélite às demais áreas do banco.

O time fomenta operações que geram impacto positivo ao meio ambiente e à sociedade, através de empréstimo e produtos financeiros, entre outras operações. Estruturamos uma operação de seguro de R$ 129 milhões para multiplicar a produção do principal fabricante de ventiladores pulmonares no Brasil em dez vezes, auxiliando no enfrentamento da Covid-19.

Realizamos parceria com a BlackRocks, um pólo de inovação e tecnologia para acelerar empresas brasileiras fundadas por empreendedores negros. Desenvolvemos nosso “Framework” de financiamentos verdes, sociais e sustentáveis e emitimos nosso primeiro título verde. Lançamos a primeira debênture sustentável emitida no Brasil, que financiou um projeto de energia renovável e de educação infantil.

Desenvolvemos ETF com a S&P focado em empresas brasileiras listadas que replica o índice S&P Brazil BMI ESG, a fim de promover melhores práticas de sustentabilidade e governança. Lançamos nossa estratégia de “Landscape Capital” dentro do Timberland Investment Group com foco na mitigação das mudanças climáticas e base na restauração e proteção de florestas.

Compensamos 100% das nossas emissões de carbono (escopos 1, 2 e 3), criamos Comitês de Diversidade, assim como aumentamos a exposição do BTG Pactual em transações Verdes e Sociais. Por fim, aderimos ao “Global Impact Investing Network” (GIIN) e ao UNEP FI – Princípios da Responsabilidade Bancária e Princípios do Equador.

 

2. Como a pandemia afetou a busca por produtos de impacto e ESG? Qual é a principal dúvida dos investidores?

Durante o ano de 2020 vimos um interesse crescente em relação a produtos ESG e de impacto. O interesse deixou de ser reativo e limitado à segunda geração de clientes e passou a ser proativo, alcançando também a primeira geração.

Há uma curiosidade em entender o que são os investimentos, como os impactos positivos na sociedade e no meio ambiente são mensurados e se os rendimentos são semelhantes aos investimentos tradicionais.

Como a Europa está mais avançada no assunto e ainda tem a principal fatia de investidores ESG e de impacto, muitas vezes usamos este mercado para demonstrar que ativos sustentáveis podem ser tão ou mais rentáveis que os tradicionais.

Os critérios e métricas adotados pelos produtos ainda são variados e, com a nova taxonomia europeia, isso deve mudar.


3. Como o BTG vê o futuro do investimento sustentável no Brasil?

O Brasil tem um DNA natural para investimentos sustentáveis. Nossa geografia é naturalmente propícia para energia renovável, como a hídrica, a solar, a eólica e a biomassa. Além disso o Brasil tem uma das maiores áreas de floresta do mundo, com uma biodiversidade muito rica.

Ao mesmo tempo, temos problemas sociais profundos que precisam ser enfrentados com urgência e seriedade. A tecnologia pode ser uma ferramenta bastante útil para endereçar em larga escala vários problemas como, a educação e a saúde. O Brasil tem a natureza e a tecnologia como aliadas estratégicas para ser referência nos negócios sustentáveis no mundo.

*Sócio-diretor da Loures Comunicação

 

 

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