(manusapon kasosod/Getty Images)
Mariana Martucci
Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 19h01.
Última atualização em 15 de abril de 2021 às 14h00.
Longe de disputar a atenção no noticiário com a vacinação contra o coronavírus ou com a invasão do Capitólio, o mundo começou 2021 respirando ESG. Bem, pelo menos numa proporção que nunca ocorreu antes. Certo, talvez não o mundo todo. Mas parte do mundo empresarial, sim.
Vejamos coisas que ocorreram antes mesmo de chegarmos à metade de janeiro: o Santander criou sua primeira carteira ESG, com 14 empresas, entre elas Lojas Renner, Gerdau, Rumo, Ômega Geração, Natura e o concorrente Itaú.
O Safra anunciou na segunda, 11, o lançamento de um novo fundo de investimento, o Safra Impacto ASG. Em tempo, ASG nada mais é do que ESG em português. É o primeiro produto do banco com este tema.
No mesmo dia, a Bloomberg e a Rockefeller Asset Management divulgaram o lançamento de um novo índice, o ESG Improvers, cuja incumbência será classificar a melhoria de desempenho de uma empresa em relação a seus pares do mesmo setor.
Tem mais coisa. A TIM criou um comitê estratégico de ESG no Brasil, e a CVM tem em curso consultas públicas para criar regras que aumentem a transparência sobre o assunto nas companhias de capital aberto. Por fim, foram publicadas quase três centenas de notícias sobre ESG em veículos brasileiros nos 13 primeiros dias do ano — já excluídas as que falavam da Escola Superior de Guerra.
É muita coisa para um termo que, apesar de ter sido cunhado em 2004, era ignorado por uma quantidade enorme de gente até o ano passado. E essa avalanche é um bom sinal.
Primeiro para mostrar que o ESG não é uma moda que perderá força na mesma velocidade com que a pandemia for debelada. Segundo porque há muitas rotas que precisam ser corrigidas, se quisermos chegar a 2030 dando check nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que definimos em 2015.
Por exemplo, para atingir a meta de corte de emissões, precisamos acelerar em cinco vezes o aumento da participação de renováveis na matriz energética mundial e subir na mesma proporção a velocidade com que o carvão é eliminado da geração de energia, segundo relatório divulgado no final de 2020 pelo World Resources Institute e o ClimateWorks Foundation.
Estes são apenas dois dos muitos desafios que deveremos encarar nos próximos nove anos. Portanto, bendita a hora em que começamos 2021, ao menos em parte, respirando ESG.
*Sócio-diretor da Loures Comunicação
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