60% da propina seguia para agentes políticos, diz Youssef
O doleiro detalhou como era feita a distribuição da propina paga por empreiteiras para financiar partidos
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2014 às 15h37.
São Paulo - O doleiro Alberto Youssef detalhou como era feita a distribuição da propina paga por empreiteiras para financiar partidos. Segundo ele, 60% da propina desviada da Petrobras abasteciam agentes políticos. Disse ainda que João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, e o lobista Fernando Soares eram operadores do esquema.
"Eram 1% de todos contratos: 30% para doutor Paulo Roberto (Costa, ex-diretor da Petrobras), 60% para agentes políticos, 5% para mim e 5% era para João Claudio Genu (ex-assessor do PP e do deputado José Janene, morto em 2010)", detalhou Youssef.
Antes de Genu, era Janene quem recebia a parte do PP. Ambos já tinham sido condenado no esquema do mensalão. Youssef explicou como era feita a distribuição da propina paga por empreiteiras contratadas pela Petrobras que financiou partidos políticos, entre eles PT, PMDB e PP, alvos da operação Lava Jato, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, na Justiça Federal de Curitiba.
O doleiro revelou que foi por meio dos operadores do esquema (João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, e o lobista Fernando Soares) e das empreiteiras que ele ficou sabendo que todas diretorias da Petrobras tinham esquemas de propina igual ao que ele atuava na diretoria de Abastecimento.
Camargo Corrêa
No caso específico da empreiteira Camargo Corrêa, Youssef revelou que sua propina era de 10% sobre todo produto comprado e que repassava comissões para executivos da própria empresa.
"Da Camargo Corrêa foi 10%, de cada venda. De outras empresas menos". Questionado pelo magistrado sobre os pagamentos de comissão aos próprios diretores, ele respondeu que estava dentro de seu porcentual.
Cartel
O doleiro também listou dez grandes construtoras do País como integrantes de um "cartel" montado para fraudar as licitações da Petrobras por intermédio de Paulo Roberto Costa e pagar propina a políticos do PT, PMDB e do PP. Afirmou ainda que diretores das empresas tinham comissionamento sobre o esquema.
"Era entregue uma lista que iam participar no certame (licitação) e já era dito quem ia ser o vencedor. Era uma lista repassada pelo Paulo Roberto Costa. Logo que iam existir os convites era passada a lista", explicou o doleiro a um dos procuradores da Operação Lava Jato em depoimento à Justiça Federal.
As empresas citadas foram: Camargo Corrêa, OAS, UTC, Odebrecht, Queiroz Galvão, Toyo Setal, Galvão Engenharia, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior e Engevix. Todas elas pagam 1% nos contratos feitos com a diretoria de Abastecimento e de 2% a 5% nos termos aditivos de contratos.
Youssef acusou especificamente a Odebrecht e a Toyo por pagamentos de comissão feitos no exterior. Ele apontou ainda o vice-presidente da Camargo Correa e um diretor por receberem comissão também pelos contratos fraudados.
As empresas citadas já negaram anteriormente qualquer relação comercial com Youssef e negam irregularidades nos contratos.
São Paulo - O doleiro Alberto Youssef detalhou como era feita a distribuição da propina paga por empreiteiras para financiar partidos. Segundo ele, 60% da propina desviada da Petrobras abasteciam agentes políticos. Disse ainda que João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, e o lobista Fernando Soares eram operadores do esquema.
"Eram 1% de todos contratos: 30% para doutor Paulo Roberto (Costa, ex-diretor da Petrobras), 60% para agentes políticos, 5% para mim e 5% era para João Claudio Genu (ex-assessor do PP e do deputado José Janene, morto em 2010)", detalhou Youssef.
Antes de Genu, era Janene quem recebia a parte do PP. Ambos já tinham sido condenado no esquema do mensalão. Youssef explicou como era feita a distribuição da propina paga por empreiteiras contratadas pela Petrobras que financiou partidos políticos, entre eles PT, PMDB e PP, alvos da operação Lava Jato, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, na Justiça Federal de Curitiba.
O doleiro revelou que foi por meio dos operadores do esquema (João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, e o lobista Fernando Soares) e das empreiteiras que ele ficou sabendo que todas diretorias da Petrobras tinham esquemas de propina igual ao que ele atuava na diretoria de Abastecimento.
Camargo Corrêa
No caso específico da empreiteira Camargo Corrêa, Youssef revelou que sua propina era de 10% sobre todo produto comprado e que repassava comissões para executivos da própria empresa.
"Da Camargo Corrêa foi 10%, de cada venda. De outras empresas menos". Questionado pelo magistrado sobre os pagamentos de comissão aos próprios diretores, ele respondeu que estava dentro de seu porcentual.
Cartel
O doleiro também listou dez grandes construtoras do País como integrantes de um "cartel" montado para fraudar as licitações da Petrobras por intermédio de Paulo Roberto Costa e pagar propina a políticos do PT, PMDB e do PP. Afirmou ainda que diretores das empresas tinham comissionamento sobre o esquema.
"Era entregue uma lista que iam participar no certame (licitação) e já era dito quem ia ser o vencedor. Era uma lista repassada pelo Paulo Roberto Costa. Logo que iam existir os convites era passada a lista", explicou o doleiro a um dos procuradores da Operação Lava Jato em depoimento à Justiça Federal.
As empresas citadas foram: Camargo Corrêa, OAS, UTC, Odebrecht, Queiroz Galvão, Toyo Setal, Galvão Engenharia, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior e Engevix. Todas elas pagam 1% nos contratos feitos com a diretoria de Abastecimento e de 2% a 5% nos termos aditivos de contratos.
Youssef acusou especificamente a Odebrecht e a Toyo por pagamentos de comissão feitos no exterior. Ele apontou ainda o vice-presidente da Camargo Correa e um diretor por receberem comissão também pelos contratos fraudados.
As empresas citadas já negaram anteriormente qualquer relação comercial com Youssef e negam irregularidades nos contratos.