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Witzel é pressionado a decretar lockdown no Rio

Ministério Público estabelece prazo de 24 horas para o governador apresentar plano de bloqueio total pela pandemia do coronavírus

Witzel: o MPRJ pressionou o governo do Rio após receber um estudo da Fiocruz (Governo do Rio/Divulgação)

Witzel: o MPRJ pressionou o governo do Rio após receber um estudo da Fiocruz (Governo do Rio/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2020 às 06h32.

Última atualização em 7 de maio de 2020 às 12h38.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), precisa decidir nesta quinta-feira, 7, como deve ser implementada uma eventual política de lockdown no estado. A determinação é do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que enviou ontem um ofício ao governador, estabelecendo um prazo de 24 horas para ele apresentar um plano de bloqueio total das atividades por conta do avanço da pandemia do novo coronavírus.

O MPRJ tomou a iniciativa após receber um estudo da Fiocruz afirmando que a adoção de “medidas rígidas de distanciamento e ações de lockdown” é considerada “urgente” em particular na região metropolitana. Ontem, o governador publicou no Diário Oficial a criação de uma comissão de juristas para discutir sobre a medida.

Um integrante da comissão, o epidemiologista Roberto Medronho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, disse ao jornal O Globo que o governador analisa se há segurança jurídica para a decretação de um isolamento social mais profundo, como fechamento das divisas do estado e restrição ainda maior de circulação de pessoas.

Segundo o MPRJ, a necessidade de Witzel apresentar um plano consistente de lockdown é essencial para que haja delimitações aos gestores públicos e à população. “Os contornos que delimitam tais medidas para um local determinado, como o Rio de Janeiro, devem ser pautados a partir da análise de dados e peculiaridades econômicas, sociais, geográficas, políticas e culturais da região”, diz o ofício do órgão.

No estado, a covid-19 está se expandindo rapidamente e as taxas de isolamento estão insuficientes. Já são mais de 13.000 casos confirmados da doença e 1.205 mortes. O sistema de saúde público do estado está à beira do colapso, com mais de 1.000 pessoas em espera de vagas nas Unidades de Terapia Intensiva. Até os hospitais particulares estão em situação crítica: segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados, a média de ocupação total na rede filiada já é de 80%.

Se decidir pelo lockdown, Witzel será o primeiro governador do Sudeste a tomar essa atitude. Nesta quinta-feira, 7, passa a valer o bloqueio do total no Pará, e, por enquanto, só estados do Norte e Nordeste endureceram o isolamento social em função do avanço da covid-19.

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