Voluntários brasileiros recebem as primeiras doses da CoronaVac
Vacina desenvolvida na China tornou 90% das pessoas testadas imunes à covid-19
Felipe Giacomelli
Publicado em 20 de julho de 2020 às 06h24.
Última atualização em 20 de julho de 2020 às 15h02.
A semana começa com uma boa notícia no combate à covid-19 . A partir desta segunda-feira, 20, voluntários de seis estados vão receber as doses da vacina do laboratório chinês Sinovac, chamada CoronaVac. A aplicação faz parte dos testes de comprovação da eficácia do produto e é liderada no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo .
Ao todo, 9.000 pessoas vão participar da testagem em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. O Instituto Butantan não divulgou quantas pessoas fazem parte desta primeira fase do ensaio clínico.
A seleção dos voluntários ainda está sendo feita pelos pesquisadores. Podem participar profissionais de saúde que trabalham diretamente no atendimento a pessoas com covid-19. Este critério é muito importante porque os participantes precisam estar expostos aos vírus.
A vacina é uma das mais promissoras do mundo. Atualmente está na chamada fase 3 em que um grande número de pessoas participa do estudo para validar se ela é eficaz. Para isso, metade dos voluntários recebe a vacina e a outra um placebo. Após um mês, os cientistas analisam como cada grupo reagiu.
Nas etapas anteriores, cerca de 1.000 voluntários na China receberam doses da vacina e os resultados mostraram que 90% das pessoas ficaram imunes ao SARS-CoV-2 em 14 dias. Além disso, não apresentaram efeitos colaterais significativos.
O acordo entre o governo de São Paulo e o laboratório chinês prevê a transferência de tecnologia e a produção da vacina em território nacional. O Instituto Butantan está fazendo uma adaptação em sua fábrica para ter capacidade de produzir 100 milhões de doses.
Caso os resultados sejam positivos, o acordo ainda estabelece que a Sinovac envie 60 milhões de doses ao Instituto Butantan. A meta é fazer a imunização pelo Sistema Único de Saúde no começo de 2021.