Volume morto do Cantareira não garante abastecimento
Cálculo é da Agência Nacional de Águas e do Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo e foi apresentado na segunda, diz Comitê das Bacias do PCJ
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2014 às 16h37.
São Paulo - Mesmo com a captação de água do volume morto do Sistema Cantareira, os recursos hídricos disponíveis no conjunto de mananciais não será suficiente para garantir o abastecimento da Grande São Paulo e das demais cidades do interior de São Paulo até o final deste ano.
O cálculo é da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) e foi apresentado nesta segunda-feira, 12, durante reunião do comitê anticrise em Campinas, informou o Comitê das Bacias do PCJ.
Em nota, o comitê do PCJ, que divide a exploração do Cantareira com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), afirma que já durante o pico do período de estiagem, nos meses de agosto e setembro, faltará água em algumas das região atendidas pelo sistema.
No acumulado do mês de maio até o momento, a vazão de afluência média registrada nas reservas do Cantareira foi 5,7 metros cúbicos por segundo.
No entanto, para atender a demanda de água na capital paulista, região metropolitana e cidades do interior, a vazão de afluência no período seco deveria ser de 28 m³/s.
Segundo o comitê, mesmo que a Sabesp dê início à captação do chamado volume morto (água do fundo dos reservatórios), previsto para ocorrer nesta quinta-feira, 15, ainda haveria um déficit de 10 m?/s para garantir o abastecimento de água para todas as regiões.
"A quantidade de água disponível não vai atender as demandas hídricas nas Bacias PCJ e na Região Metropolitana de São Paulo. As vazões disponíveis para as duas regiões são inferiores às registradas em anos anteriores, o que torna necessário compatibilizar as demandas com a disponibilidade hídrica atual", afirmou o superintendente adjunto da área de regulação da ANA, Patrick Thomas, durante a reunião dessa segunda.
Segundo ele, apesar da situação crítica do manancial, a reguladora federal não tem autonomia para impor um racionamento de água em São Paulo.
A imposição do chamado "racionamento preventivo" só poderia ocorrer em cidades ou estados que já houvessem decretado estado de emergência ou de calamidade pública.
Hoje, o nível dos reservatórios do Cantareira bateu novo recorde negativo de capacidade, chegando a apenas 8,6% de sua capacidade total.
Outorga
Ainda na reunião, a ANA sinalizou que, diante da crise hídrica, deve adiar a renovação da outorga do Sistema Cantareira, prevista para ocorrer em agosto deste ano.
O documento que estabelece os limites de captação de água das reservas foi publicado em 6 de agosto de 2004 e teria vigência de 10 anos.
Nele, a reguladora já alertava que a Sabesp deveria "providenciar estudos e projetos que viabilizassem a redução da dependência da concessionária em relação ao sistema".
Procurada, a Sabesp ainda não respondeu se adotará novo posicionamento em relação ao risco de um racionamento de água na Grande São Paulo.
Até o momento, a companhia descartava qualquer hipótese de um corte involuntário no abastecimento em 2014. A atual crise já obrigou a concessionária a anunciar em corte de R$ 900 milhões no seu orçamento para o ano.
São Paulo - Mesmo com a captação de água do volume morto do Sistema Cantareira, os recursos hídricos disponíveis no conjunto de mananciais não será suficiente para garantir o abastecimento da Grande São Paulo e das demais cidades do interior de São Paulo até o final deste ano.
O cálculo é da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) e foi apresentado nesta segunda-feira, 12, durante reunião do comitê anticrise em Campinas, informou o Comitê das Bacias do PCJ.
Em nota, o comitê do PCJ, que divide a exploração do Cantareira com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), afirma que já durante o pico do período de estiagem, nos meses de agosto e setembro, faltará água em algumas das região atendidas pelo sistema.
No acumulado do mês de maio até o momento, a vazão de afluência média registrada nas reservas do Cantareira foi 5,7 metros cúbicos por segundo.
No entanto, para atender a demanda de água na capital paulista, região metropolitana e cidades do interior, a vazão de afluência no período seco deveria ser de 28 m³/s.
Segundo o comitê, mesmo que a Sabesp dê início à captação do chamado volume morto (água do fundo dos reservatórios), previsto para ocorrer nesta quinta-feira, 15, ainda haveria um déficit de 10 m?/s para garantir o abastecimento de água para todas as regiões.
"A quantidade de água disponível não vai atender as demandas hídricas nas Bacias PCJ e na Região Metropolitana de São Paulo. As vazões disponíveis para as duas regiões são inferiores às registradas em anos anteriores, o que torna necessário compatibilizar as demandas com a disponibilidade hídrica atual", afirmou o superintendente adjunto da área de regulação da ANA, Patrick Thomas, durante a reunião dessa segunda.
Segundo ele, apesar da situação crítica do manancial, a reguladora federal não tem autonomia para impor um racionamento de água em São Paulo.
A imposição do chamado "racionamento preventivo" só poderia ocorrer em cidades ou estados que já houvessem decretado estado de emergência ou de calamidade pública.
Hoje, o nível dos reservatórios do Cantareira bateu novo recorde negativo de capacidade, chegando a apenas 8,6% de sua capacidade total.
Outorga
Ainda na reunião, a ANA sinalizou que, diante da crise hídrica, deve adiar a renovação da outorga do Sistema Cantareira, prevista para ocorrer em agosto deste ano.
O documento que estabelece os limites de captação de água das reservas foi publicado em 6 de agosto de 2004 e teria vigência de 10 anos.
Nele, a reguladora já alertava que a Sabesp deveria "providenciar estudos e projetos que viabilizassem a redução da dependência da concessionária em relação ao sistema".
Procurada, a Sabesp ainda não respondeu se adotará novo posicionamento em relação ao risco de um racionamento de água na Grande São Paulo.
Até o momento, a companhia descartava qualquer hipótese de um corte involuntário no abastecimento em 2014. A atual crise já obrigou a concessionária a anunciar em corte de R$ 900 milhões no seu orçamento para o ano.