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Visita aos EUA é oportunidade para Dilma endurecer com Obama

Para ex-embaixador, Dilma deve exigir, em visita oficial a Washington, um posicionamento do governo dos EUA em relação à denúncia de que foi espionada pela NSA


	Dilma Rousseff e Barack Obama: presidente brasileira viaja a Washington em visita de Estado em outubro
 (Reuters)

Dilma Rousseff e Barack Obama: presidente brasileira viaja a Washington em visita de Estado em outubro (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2013 às 15h01.

São Paulo – A visita de estado de Dilma Rousseff a Washington, marcada para outubro, será a oportunidade perfeita para cobrar do governo americano uma resposta em relação à denúncia de que a presidente foi espionada pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA). A opinião é do ex-embaixador brasileiro Jório Dauster.

Reportagem veiculada neste domingo pelo Fantástico afirmou que a presidente e seus assessores próximos tiveram ligações telefônicas, e-mails e computadores monitorados pela agência americana.

A nova denúncia se baseou em documentos secretos obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald, que tem como fonte Edward Snowden, o ex-analista responsável por revelar o sistema de espionagem americano em todo o mundo.

“O protesto junto ao governo dos Estados Unidos tem que ser forte, pois isso representa um ataque contra a soberania nacional. A presidente deve exigir garantias para que episódios como esse não se repitam”, afirma Dauster.

“A resposta, por enquanto, tem que ser diplomática. Mas se houver notícia que houve repetição, outras medidas devem ser tomadas”, reforça o ex-embaixador, que atuou na União Europeia. 

O Brasil já havia aparecido em revelações anteriores menos graves sobre interceptação pelos EUA de dados eletrônicos. Na opinião do diplomata, a posição do governo de levar a questão para os organismos internacionais, como a ONU, foi acertada.

“É importante que a questão seja avaliada pela Comissão de Direitos Humanos da ONU para a criação uma regra internacional contra a espionagem. Quando há a violação de uma norma, é mais fácil tomar medidas mais sólidas”, afirma Dauster.

Equilíbrio

Já para o ex-embaixador brasileiro Rubens Barbosa, o Brasil deve sim se posicionar, mas tomando cuidado para não prejudicar a relação bilateral com os Estados Unidos.

“Essa prática de monitoramento entre as grandes potências ocorre há muitos anos. Tomar uma medida radical não vai impedir os Estados Unidos continuem, porque eles têm meios tecnológicos para isso”, diz. 

Na opinião de Barbosa, a medida mais eficiente a ser tomada é o reforço da segurança interna que permita maior defesa contra esse tipo de ataque. “O importante é fazer o que o ministro Celso Amorim (Defesa) já tinha mencionado no Senado: reforçar as medidas de segurança e aumentar nossa capacidade de proteção", afirmou o diplomata.

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