Brasil

Vereador apresenta projeto para regularizar Uber em SP

O projeto do vereador que pretende regularizar o Uber na capital prevê "reconhecer o transporte coletivo"


	O projeto do vereador que pretende regularizar o Uber na capital prevê "reconhecer o transporte coletivo"
 (Shannon Stapleton/Reuters)

O projeto do vereador que pretende regularizar o Uber na capital prevê "reconhecer o transporte coletivo" (Shannon Stapleton/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2015 às 12h35.

São Paulo - Além de texto criado especificamente para proibir transporte de pessoas por meio do aplicativo Uber, a Câmara Municipal de São Paulo terá, também, projeto de lei em tramitação pensado especificamente para o oposto: liberar não só o Uber como regulamentar qualquer tecnologia que fomente sistemas de compartilhamento de carros.

O serviço do Uber, aplicativo que coloca em contato motoristas particulares com seus potenciais fregueses, é tido como ilegal pela Prefeitura, que já apreendeu mais de 70 carros neste ano, e mobiliza taxistas contra sua existência. Em outros países, o Uber concentrou até protestos de rua.

Em São Paulo, na semana passada, um dos motoristas que trabalha por meio do aplicativo foi agredido e posto em cárcere privado por supostos taxistas. O caso ainda é investigado pela Polícia Civil.

De autoria de José Police Neto (PSD), o projeto que pretende regularizar o Uber na capital prevê "reconhecer o transporte coletivo".

"É um texto preliminar e haverá ajustes. Mas há um princípio claro: vamos usar a política nacional de mobilidade e o plano diretor e estabelecer o sistema de compartilhamento de carro, o sistema de compartilhamento de condutor, e o sistema de compartilhamento de viagens. A tese que envolve tudo isso é reconhecer que nós não teremos no curto espaço de tempo capacidade de expansão muito rápida da nossa rede de transporte público coletivo", diz o vereador.

Police faz uma conta que considera que, de cada carro ocupado apenas pelo motorista da cidade, há três assentos ociosos na viagens diárias da cidade. Como a cidade tem 15 milhões de viagens feitas por carro por dia, em seu entender há 40 milhões de vagas ociosas.

"O princípio que estamos trabalhando é para ocupar esses 40 milhões de vagas ociosas da cidade. Banir a tecnologia só nos coloca mais distantes disso", avalia.

Police, no entanto, diz que sua proposta não é exclusivamente "pró-Uber". "Não podemos cair na armadilha táxi versus Uber. A discussão é muito maior do que isso", diz. Ele defende que a Prefeitura deve criar faixas exclusivas para carros com mais de um passageiro e incentivar uso de combustíveis alternativos.

A proposta do vereador foi detalhada em um debate ocorrido na noite desta segunda-feira, 17, na Câmara. Mas o texto do projeto ainda será formalmente apresentado ao legislativo.

Notório defensor dos taxistas - e, portanto, crítico do Uber -, o vereador Adilson Amadeu classificou os defensores de aplicativos como o Uber de "anarquistas" e disse que "vereadores que defendem uma ilegalidade precisam de oxigênio no cérebro".

O projeto que proíbe o Uber em São Paulo, já aprovado em primeira votação, deve passar ser votado em segundo turno no próximo dia 9. A expectativa é de que a Câmara aprove a proibição, que será levada à sanção do prefeito Fernando Haddad (PT).

Acompanhe tudo sobre:Câmaras municipaismobilidade-urbanaTáxisTransportesUber

Mais de Brasil

Gramado suspende desfile de "Natal Luz" após acidente aéreo

Lula se solidariza com familiares de vítimas de acidente aéreo em Gramado

Quem foi Luiz Galeazzi, empresário morto em queda de avião em Gramado

Em SP, 65.000 seguem sem luz e previsão é de chuva para a tarde deste domingo