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Vazamento na refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, atinge mangue em PE

"É um crime ambiental", afirma o coordenador do Sindipetro-PE, Rogério de Almeida

A Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco também foi informada sobre o incidente e está no local para analisar o impacto ambiental (Paulo Whitaker/Reuters)

A Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco também foi informada sobre o incidente e está no local para analisar o impacto ambiental (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de agosto de 2019 às 18h17.

Última atualização em 27 de agosto de 2019 às 18h20.

Um novo vazamento de óleo foi registrado em empreendimentos da Petrobras nesta terça-feira, 27. Desta vez, na Refinaria Abreu e Lima, que fica no Complexo Industrial de Suape, em Pernambuco. Funcionários da estatal estão tentando controlar o incidente, mas o resíduo do processamento de petróleo já atinge a área de mangue e o mar que fica nas margens da refinaria.

Quem passa pela rodovia que leva ao empreendimento, e também à praia de Porto de Galinhas, pode ver caminhões tanque tentando retirar o óleo do local. Segundo o Sindicato dos Petroleiros de Pernambuco (Sindipetro-PE), um caminhão já saiu carregado de óleo e mais dois veículos desse tipo trabalham no local. "É um crime ambiental", afirma o coordenador do Sindipetro-PE, Rogério de Almeida. Ele afirma que vai apresentar denúncia sobre o incidente ao Ministério Público e à Agência Nacional de Petróleo.

A Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH) também foi informada sobre o incidente e está no local para analisar o impacto ambiental do problema. Segundo a CPRH, o óleo não é inflamável e está sendo contido pela Refinaria Abreu e Lima. Ainda de acordo com a agência, a refinaria instalou sete barreiras de contenção de óleo no mangue e vai tratar o material que está sendo recolhido pelos caminhões de sucção.

O Sindipetro, por sua vez, afirma que as notícias sobre o vazamento vieram à tona a partir da noite dessa segunda-feira, 26, mas podem ser fruto de um problema mais antigo: a falta de manutenção e a redução do quadro de pessoal da refinaria, que, segundo o sindicato, são resultado da redução orçamentária da Petrobras.

Coordenador do Sindipetro-PE, Rogério Almeida explicou que hoje só um funcionário cuida da Estação de Tratamento de Detritos Industriais da refinaria, que recebe e trata o resíduo do processamento de petróleo para que somente água seja expelida para o meio ambiente, mas, desta vez, recebeu uma grande quantidade de óleo e não conseguiu contê-lo.

"A Petrobras está reduzindo seu quadro em todo o Brasil. Só aqui o número de trabalhadores caiu de 220 para 170 nos últimos dois anos. Isso prejudica a manutenção", disse Almeida, ressaltando que o vazamento desta terça pode ter sido causado por algum tanque ou tubulação furada. Ele disse ainda que a Refinaria Abreu e Lima não interrompeu suas atividades por conta do vazamento.

Em nota, Petrobras informou que "detectou ontem (segunda-feira, 26) um vazamento de volume estimado de cinco metros cúbicos de resíduo oleoso (óleo e água) na estação de tratamento de despejos industriais da Refinaria Abreu e Lima (Rnest)". Segundo a estatal, uma pequena parte do óleo atingiu um córrego que passa dentro dos limites da unidade. Ainda de acordo com a Petrobras, as equipes de emergência foram acionadas para contenção e reparação da região atingida, e o vazamento está controlado desde ontem (segunda-feira, 26). A companhia diz que as causas do vazamento estão sendo apuradas e a Rnest opera normalmente.

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