Vaticano defende uso de verba pública na Jornada
Os gastos com a visita do papa Francisco e com a Jornada Mundial da Juventude tem sido alvo de polêmicas e questionamentos na Justiça. O evento custará mais de R$320 mi
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2013 às 13h20.
Cidade do Vaticano - A Santa Sé optou por não entrar na polêmica sobre o uso de recursos públicos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e sobre os custos da viagem do papa Francisco para os cofres do Estado brasileiro. Mas afirmou que "não será dinheiro jogado pela janela no mar" e insiste que a "maioria" da população "quer a visita".
Os gastos com a visita do papa Francisco e com a Jornada Mundial da Juventude tem sido alvo de polêmicas e até de questionamentos legais na Justiça. No total, o evento custaria mais de R$ 320 milhões. Parte desse custo seria arcado pelo poder público. "Há 30 anos se fala disso (sobre o uso de verba pública) e nada disso é novo", declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. "Trata-se de ver com que critérios se conduz o assunto", insistiu.
Para ele, a decisão é dos organizadores, e não do Vaticano. "Dá-se liberdade aos organizadores e autoridades, que são os responsáveis pelo que se faz", declarou. "Mas, normalmente, para qualquer país, a vinda de um papa é sempre muito importante e agradável para grande parte da população."
O Vaticano ainda se mostra otimista em relação à popularidade do papa no Brasil. "A maioria da população é de católicos e a população está interessada em que o papa faça a visita. É natural que a comunidade se empenhe para acolhê-lo da melhor maneira, como qualquer outra visita importante."
Para o porta-voz do Vaticano, o dinheiro movimentado para a preparação do evento ficará no próprio país.
"Com frequência, quando existem gastos, eles são destinados a pagar por um trabalho. Não é que se jogue nada pela janela, ao mar. Serão dados (recursos) a quem trabalha para atender a ordem pública e para construir as estruturas necessárias. De fato, é dinheiro que beneficia quem realiza certos serviços no campo do bem comum para esse grande evento e interessa a maior parte da população", justifica. "Não são recursos desperdiçados."
Participação e agenda
Se até há pouco tempo o Vaticano insistia em declarar que o evento com os jovens poderia contar com 2 milhões de peregrinos e, depois da posse de Francisco, o temor chegou a ser de uma invasão ao Rio, os números mais recentes apontam para volume de registros abaixo do esperado, reduzindo a arrecadação do evento.
Lombardi, porém, diante da nova situação, prefere abandonar prognósticos. "Não sabemos. Nós nos preparamos para 1 milhão ou 1 milhão e pouco. E, em alguns locais, podemos chegar a ter 2 milhões."
O padre confirmou que Francisco decidiu usar a viagem à jornada para ampliar a agenda de seu pontificado. "O papa inclui coisas que não estavam na programação original", disse, apontando que a decisão obrigou o cerimonial a suprimir um dia de descanso para o argentino. A viagem já havia sido delineada por Bento XVI. "Francisco conservou as datas, mas inseriu novos eventos", explicou.
Um dos pontos incluídos é a visita à Aparecida. Segundo o Vaticano, a decisão foi do próprio papa, devoto de Nossa Senhora. "Essa é uma expressão de sua espiritualidade", declarou. "Trata-se de um ato pessoal de devoção do papa", explicou. Segundo Lombardi, é por isso que foi optado por uma missa no interior da Basílica. "Ele pedirá proteção e energia ao seu pontificado, que está começando", disse.
Cidade do Vaticano - A Santa Sé optou por não entrar na polêmica sobre o uso de recursos públicos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e sobre os custos da viagem do papa Francisco para os cofres do Estado brasileiro. Mas afirmou que "não será dinheiro jogado pela janela no mar" e insiste que a "maioria" da população "quer a visita".
Os gastos com a visita do papa Francisco e com a Jornada Mundial da Juventude tem sido alvo de polêmicas e até de questionamentos legais na Justiça. No total, o evento custaria mais de R$ 320 milhões. Parte desse custo seria arcado pelo poder público. "Há 30 anos se fala disso (sobre o uso de verba pública) e nada disso é novo", declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. "Trata-se de ver com que critérios se conduz o assunto", insistiu.
Para ele, a decisão é dos organizadores, e não do Vaticano. "Dá-se liberdade aos organizadores e autoridades, que são os responsáveis pelo que se faz", declarou. "Mas, normalmente, para qualquer país, a vinda de um papa é sempre muito importante e agradável para grande parte da população."
O Vaticano ainda se mostra otimista em relação à popularidade do papa no Brasil. "A maioria da população é de católicos e a população está interessada em que o papa faça a visita. É natural que a comunidade se empenhe para acolhê-lo da melhor maneira, como qualquer outra visita importante."
Para o porta-voz do Vaticano, o dinheiro movimentado para a preparação do evento ficará no próprio país.
"Com frequência, quando existem gastos, eles são destinados a pagar por um trabalho. Não é que se jogue nada pela janela, ao mar. Serão dados (recursos) a quem trabalha para atender a ordem pública e para construir as estruturas necessárias. De fato, é dinheiro que beneficia quem realiza certos serviços no campo do bem comum para esse grande evento e interessa a maior parte da população", justifica. "Não são recursos desperdiçados."
Participação e agenda
Se até há pouco tempo o Vaticano insistia em declarar que o evento com os jovens poderia contar com 2 milhões de peregrinos e, depois da posse de Francisco, o temor chegou a ser de uma invasão ao Rio, os números mais recentes apontam para volume de registros abaixo do esperado, reduzindo a arrecadação do evento.
Lombardi, porém, diante da nova situação, prefere abandonar prognósticos. "Não sabemos. Nós nos preparamos para 1 milhão ou 1 milhão e pouco. E, em alguns locais, podemos chegar a ter 2 milhões."
O padre confirmou que Francisco decidiu usar a viagem à jornada para ampliar a agenda de seu pontificado. "O papa inclui coisas que não estavam na programação original", disse, apontando que a decisão obrigou o cerimonial a suprimir um dia de descanso para o argentino. A viagem já havia sido delineada por Bento XVI. "Francisco conservou as datas, mas inseriu novos eventos", explicou.
Um dos pontos incluídos é a visita à Aparecida. Segundo o Vaticano, a decisão foi do próprio papa, devoto de Nossa Senhora. "Essa é uma expressão de sua espiritualidade", declarou. "Trata-se de um ato pessoal de devoção do papa", explicou. Segundo Lombardi, é por isso que foi optado por uma missa no interior da Basílica. "Ele pedirá proteção e energia ao seu pontificado, que está começando", disse.