Brasil

Vaticano defende uso de verba pública na Jornada

Os gastos com a visita do papa Francisco e com a Jornada Mundial da Juventude tem sido alvo de polêmicas e questionamentos na Justiça. O evento custará mais de R$320 mi

Estátua de areia do papa Francisco é esculpida em praia do Rio de Janeiro durante os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude, que contará com a visita do pontífice (REUTERS/Ricardo Moraes)

Estátua de areia do papa Francisco é esculpida em praia do Rio de Janeiro durante os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude, que contará com a visita do pontífice (REUTERS/Ricardo Moraes)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 13h20.

Cidade do Vaticano - A Santa Sé optou por não entrar na polêmica sobre o uso de recursos públicos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e sobre os custos da viagem do papa Francisco para os cofres do Estado brasileiro. Mas afirmou que "não será dinheiro jogado pela janela no mar" e insiste que a "maioria" da população "quer a visita".

Os gastos com a visita do papa Francisco e com a Jornada Mundial da Juventude tem sido alvo de polêmicas e até de questionamentos legais na Justiça. No total, o evento custaria mais de R$ 320 milhões. Parte desse custo seria arcado pelo poder público. "Há 30 anos se fala disso (sobre o uso de verba pública) e nada disso é novo", declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. "Trata-se de ver com que critérios se conduz o assunto", insistiu.

Para ele, a decisão é dos organizadores, e não do Vaticano. "Dá-se liberdade aos organizadores e autoridades, que são os responsáveis pelo que se faz", declarou. "Mas, normalmente, para qualquer país, a vinda de um papa é sempre muito importante e agradável para grande parte da população."

O Vaticano ainda se mostra otimista em relação à popularidade do papa no Brasil. "A maioria da população é de católicos e a população está interessada em que o papa faça a visita. É natural que a comunidade se empenhe para acolhê-lo da melhor maneira, como qualquer outra visita importante."

Para o porta-voz do Vaticano, o dinheiro movimentado para a preparação do evento ficará no próprio país.

"Com frequência, quando existem gastos, eles são destinados a pagar por um trabalho. Não é que se jogue nada pela janela, ao mar. Serão dados (recursos) a quem trabalha para atender a ordem pública e para construir as estruturas necessárias. De fato, é dinheiro que beneficia quem realiza certos serviços no campo do bem comum para esse grande evento e interessa a maior parte da população", justifica. "Não são recursos desperdiçados."


Participação e agenda

Se até há pouco tempo o Vaticano insistia em declarar que o evento com os jovens poderia contar com 2 milhões de peregrinos e, depois da posse de Francisco, o temor chegou a ser de uma invasão ao Rio, os números mais recentes apontam para volume de registros abaixo do esperado, reduzindo a arrecadação do evento.

Lombardi, porém, diante da nova situação, prefere abandonar prognósticos. "Não sabemos. Nós nos preparamos para 1 milhão ou 1 milhão e pouco. E, em alguns locais, podemos chegar a ter 2 milhões."

O padre confirmou que Francisco decidiu usar a viagem à jornada para ampliar a agenda de seu pontificado. "O papa inclui coisas que não estavam na programação original", disse, apontando que a decisão obrigou o cerimonial a suprimir um dia de descanso para o argentino. A viagem já havia sido delineada por Bento XVI. "Francisco conservou as datas, mas inseriu novos eventos", explicou.

Um dos pontos incluídos é a visita à Aparecida. Segundo o Vaticano, a decisão foi do próprio papa, devoto de Nossa Senhora. "Essa é uma expressão de sua espiritualidade", declarou. "Trata-se de um ato pessoal de devoção do papa", explicou. Segundo Lombardi, é por isso que foi optado por uma missa no interior da Basílica. "Ele pedirá proteção e energia ao seu pontificado, que está começando", disse.

Acompanhe tudo sobre:Jornada Mundial da JuventudePaíses ricosPapa FranciscoPapasVaticano

Mais de Brasil

Ministério Público vai apurar acidente de avião em Ubatuba

'Presidente quer fazer eventuais mudanças ainda este mês', diz Rui Costa sobre reforma ministerial

Prefeito de BH, Fuad Noman volta a ser entubado após apresentar instabilidade respiratória

Lula edita MP que prevê pagamento de R$ 60 mil a pessoas com deficiência causada pelo zika vírus