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Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2014 às 09h00.
Brasília - O vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), reagiu na tarde desta terça-feira, 04, ao pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar protocolado na Corregedoria da Casa pelo novo líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).
O petista disse não acreditar que o pedido seja acolhido e afirmou que não aceitará "patrulhamento ideológico" do PSDB. "É um patrulhamento inaceitável", desabafou.
Na terça-feira, na cerimônia de abertura do ano legislativo, Vargas se sentou ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, e repetiu o gesto feito pelos condenados do Mensalão durante as prisões de novembro passado.
O petista disse que apenas retribuía ao gesto que outros parlamentares faziam para ele naquele momento. "Não fiz para o Joaquim", relatou.
Como revelou o jornal O Estado de S.Paulo, durante o evento o petista ainda trocou mensagens pelo celular manifestando a vontade de dar "uma cotovelada" em Barbosa. "Isso foi uma conversa privada", reclamou.
Vargas afirmou que o presidente do STF "agride" jornalistas e a classe política, mas garantiu que seu gesto não foi ofensivo. Segundo o deputado, antes da cerimônia os dois até trocaram cumprimentos de forma "decente".
No ofício encaminhado ao corregedor Átila Lins (PSD-AM), o líder do PSDB relata "suposta prática de infração ética e de prática de eventual ato atentatório ao decoro parlamentar" de Vargas.
"Essa atitude, a toda evidência, constitui um desrespeito à autoridade que se encontrava na dependência desta Casa e com a qual o deputado manteve contato no exercício da atividade parlamentar e na condição de Primeiro Vice-Presidente da Câmara dos Deputados", ressalta o ofício.
O petista disse compreender que o PSDB use episódios envolvendo o mensalão como "tática central" de sua estratégia. "Isso aí faz parte da luta política", considerou.
Ele reafirmou a disposição de continuar "discordando" do presidente do STF na condução do processo do mensalão por considerar que sua postura é amparada pelo "direito de livre expressão". "Se o STF tiver a mesma postura contra o Eduardo Azeredo (deputado do PSDB que é réu no processo do mensalão mineiro), terei a mesma posição", afirmou.