Marcos Valério: o publicitário afirma que o ex-diretor do BB, Henrique Pizzolato, e o ex-presidente do Banco Popular do Brasil, Ivan Guimarães, teriam criado o esquema (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 07h37.
São Paulo - O publicitário Marcos Valério, operador do esquema do mensalão, afirmou em depoimento prestado em setembro à Procuradoria-Geral da República que dirigentes do Banco do Brasil cobravam “pedágio” das agências de publicidade que prestavam serviços à instituição, que seria posteriormente enviado ao Partido dos Trabalhadores. As acusações de Valério foram reveladas nesta quarta-feira pelo jornal O Estado De S. Paulo.
Na terça-feira, o jornal já havia informado que o empresário acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de utilizar dinheiro do mensalão para “despesas pessoais”, além de autorizar pessoalmente empréstimos para abastecer o esquema.
De acordo com o jornal, o depoimento de Valério aponta que 2% de todos os contratos publicitários do BB eram enviados para o caixa do PT. Se forem verdadeiras, as denúncias indicam que os desvios que financiaram o mensalão podem ter sido bem maiores que os apontados no julgamento do caso no STF (Supremo Tribunal Federal).
No depoimento, o publicitário afirma que o ex-diretor do BB, Henrique Pizzolato - condenado pelo STF por corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro - , e o ex-presidente do Banco Popular do Brasil, Ivan Guimarães, teriam criado o esquema de desvio público com o dinheiro de publicidade. Procurado pelo jornal, Pizzolato negou as acusações. Guimarães não foi localizado pela reportagem.